Continente espera iniciar ainda este mês vacinação com dose única da americana Johnson & Johnson; Unicef revela meta de subir dos atuais 2% da população imunizada; União Africana saúda agilização da distribuição nos países-membros.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, anunciou uma parceria com o Mecanismo de Aquisição de Vacinas da União Africana, Avat, para melhorar a compra e distribuição de imunizantes na região.
A meta é entregar mais de 400 milhões de doses da vacina Johnson & Johnson a diversas nações do continente.
Acesso
A parceria vai ajudar a mitigar o impacto da pandemia, na região que conta com apenas 2% das pessoas totalmente vacinadas.
Outra meta é aumentar a aquisição e o fabrico dentro do continente como parte de uma estratégia mais ampla de sistemas de saúde sustentáveis e criação de emprego. (Foto: ECA)
A secretária executiva da Comissão Econômica da ONU para África, ECA, Vera Songwe disse que “a parceria vai aprofundar a colaboração, abrir caminho para uma mais robusta resposta à pandemia e levar o continente à recuperação.
Espera-se ainda que a nova colaboração ajude a “fortalecer os sistemas de saúde e apoiar o sector manufatureiro para a criação de empregos”.
Urgência
Estabelecida por líderes africanos, a Avat lidera os esforços de acesso justo, equitativo e da distribuição de vacinas. A iniciativa negociou a aquisição de imunizantes com farmacêuticas para vacinar, pelo menos, 60% da população do continente até 2022, alcançando a chamada “imunidade de rebanho”.
Desde o início da pandemia, o Centro de Controle e prevenção de Doenças da África, CDC, trabalha com o mecanismo Covax para garantir um acesso justo das vacinas aos países africanos.
Com a terceira onda atingindo o continente o momento revela-se crítico e o CDC estima que a vacinação generalizada é mais urgente do que nunca.
A aquisição das 400 milhões de doses foi viabilizada pelo Banco Africano de Importação e Exportação que garantiu antecipadamente US$ 2 bilhões a farmacêutica americana.
Desigualdade
O Afreximbank disponibilizou também financiamento direto aos Estados-membros que requerem fundos para o pagamento das vacinas.
Como parte do compromisso, o banco já havia colocado US$ 30 milhões ao dispor da Johnson & Johnson das nações integrantes da União Africana há três meses.
A directora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, destaca que o acesso às vacinas contra a Covid-19 tem sido injusto e o peso desta desigualdade é suportado pelas pessoas em África, o que não pode continuar”.
A chefe da agência da ONU reiterou a parceria do continente que apresenta “uma longa história de entrega de vacinas onde elas são necessárias”.
Nos esforços contra a pandemia, o acesso as vacinas é tido como saída mais segura. Diante da emergência de novas variantes, a imunização em África é considerada essencial.
Medicamentos
No continente, a velocidade e escala na distribuição das vacinas é tida como essencial para a recuperação econômica diante da crise que revela as vulnerabilidades no fabrico de produtos farmacêuticos.
Antes da pandemia, o continente fabricava apenas menos de 2% do total de medicamentos de que necessita.
Este mês de agosto deve marcar o início da distribuição da vacina Johnson & Johnson nos países-membros da União Africana como parte da nova parceria apoiada pela Avat.