Tanto Neymar quanto a Nike se pronunciaram, após a reportagem do Wall Street Journal ter revelado que a marca esportiva rompeu contrato com o atleta oito anos antes do previsto, por conta de uma investigação inconclusiva sobre uma denúncia de abuso sexual.
Por meio de um comunicado, a empresa listou a ordem cronológica dos fatos: o caso teria ocorrido em 2016 e sido relatado dois anos depois, dando início a uma investigação após a vítima ter expressado interesse na continuidade, sob garantia de confidencialidade. Como reportado pelo jornal norte-americano, eles confirmaram que, de fato, o atacante do PSG se recusou a cooperar com a investigação, que, por sua vez, não teve resultados conclusivos. Com isso, a marca optou por romper o contrato com o atleta no ano passado.
Confira abaixo a nota completa:
“A Nike ficou profundamente perturbada com as alegações de assédio sexual feitas por uma de nossas funcionárias contra Neymar Jr. O suposto incidente ocorreu em 2016 e foi oficialmente relatado à Nike em 2018. A funcionária se apresentou para compartilhar sua experiência em um fórum, criado pela liderança da Nike, para proporcionar um ambiente seguro no qual os funcionários atuais e antigos possam compartilhar confidencialmente suas experiências e preocupações. Desde o início, tratamos as alegações da funcionária e sua experiência com grande seriedade.
Quando a funcionária retransmitiu suas alegações pela primeira vez à liderança da Nike em 2018, ela o fez apenas com garantias de confidencialidade. Mesmo a Nike estando preparada e pronta para investigar naquele momento, a Nike respeitou o desejo inicial da funcionária de manter o assunto confidencial e evitar uma investigação. Como seu empregador, tínhamos a responsabilidade de respeitar sua privacidade e não acreditávamos que fosse apropriado compartilhar essas informações com as autoridades policiais ou terceiros sem o consentimento da funcionária.
Em 2019, quando a funcionária posteriormente manifestou interesse em prosseguir com o assunto, agimos imediatamente. A Nike solicitou uma investigação independente e contratou um advogado independente para a funcionária, de sua escolha e às custas da empresa.
A investigação foi inconclusiva. Não emergiram fatos suficientes que nos permitam falar substancialmente sobre o assunto. Seria inapropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem poder oferecer fatos que a suportem. A Nike encerrou sua relação com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações críveis de uma funcionária.
Continuamos respeitando a confidencialidade da funcionária e reconhecemos que essa tem sido uma longa e difícil experiência para ela.”
No Instagram, Neymar também se posicionou pela primeira sobre o assunto. Na postagem, classificou como “um absurdo” a informação que o vínculo com a empresa foi encerrado por ele não ter contribuído de boa-fé com a investigação; ainda contou que sempre foi aconselhado a não comentar publicamente sobre questões de contratos.
Também disse que, diferentemente da Nike, ele não sabia desse caso em 2016; consequentemente, continuou a fazer trabalhos para a marca nos anos seguintes.
“Sigo firme e forte acreditando que o tempo, sempre esse cruel tempo, trará as verdadeiras respostas”, concluiu o jogador.
Confira abaixo a publicação:
Segundo o “WSJ”, a funcionária que fez acusação disse a amigos e outras pessoas da Nike que, em 2016, Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em seu quarto de hotel enquanto eles estavam em Nova York para um evento da marca. O jogador ainda teria impedido a funcionária de deixar o quarto onde eles estavam e corrido atrás dela nu pelos corredores do hotel.
No entanto, ela sá viria a fazer a reclamação junto a empresa em 2018, quando mulheres compartilharam experiências de assédio e descriminação. Ao tomar ciência do fato, a Nike contratou advogados para conduzir uma investigação e decidiu romper o contrato de Neymar.
Em seguida, a mulher solicitou que a Nike se posicionasse publicamente, demonstrando que o comportamento de Neymar não estava alinhado com os valores da empresa. Ela pediu também que a Nike passasse a utilizar cláusulas morais nos contratos de atletas.
“Fomos supreendidos por algo que aconteceu em 2016, que ninguém lembrava mais desse fato. É muito estranho tudo isso agora. O Neymar nem conhece essa moça, claro que isso partiu da Nike depois da nossa saída”, disse o pai do atleta à “Folha de S. Paulo”.