O Governo da Nicarágua anunciou na quinta-feira que vai produzir, para distribuição local e internacional, a vacina Sputnik V, desenvolvida pela Rússia para combater a pandemia de covid-19.
As autoridades nicaraguenses revelaram esta intenção após uma reunião à distância entre uma equipa de funcionários do Estado com o director do Instituto de Vacinas e Soros de São Petersburgo, Victor Trujin, e com o responsável do Instituto Latino-americano de Biotecnologia Méchnikov, com sede em Manágua, Stanislav Uiba, para coordenar o papel de Nicarágua na vacina russa.
Na reunião, as partes discutiram “sobre as acções que serão levadas a cabo nos próximos meses tendo em vista a futura produção em Nicarágua da vacina contra a covid-19, que foi desenvolvida e registada pelo Governo russo”, destacou o executivo nicaraguense, citado pela agência EfE.
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O Governo da Nicarágua realçou ainda que a cooperação com a Rússia permitirá ao país da América Central contar “com a produção da vacina contra a covid-19 quer para distribuição local, quer internacional”.
Manágua já tinha demonstrado o seu interesse em reproduzir e exportar a vacina ‘Sputnik V’ desde que Moscovo anunciou a sua descoberta, graças às boas relações entre o Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e o homólogo russo, Vladimir Putin.
VACINA RUSSA CONTRA A COVID-19 “LEVANTA ALGUMAS DÚVIDAS”
A vacina russa contra a covid-19, cujo registo foi anunciado terça-feira por Vladimir Putin, chama-se Sputnik V, vai começar a ser fabricada em Setembro e já foi encomendada por 20 países.
Segundo o Kremlin, passa a estar disponível em Janeiro de 2021.
A vacina contra o SARS CoV-2 desenvolvida pelos cientistas russos chama-se ‘Sputnik V’ (o ‘V’ significa vacina) em referência ao satélite soviético, o primeiro aparelho espacial a ser lançado para a órbita do planeta Terra, disse na terça-feira Vladimir Putin.
De acordo com o chefe de Estado, a vacina russa é “eficaz” e superou todas as provas necessárias assim como permite uma “imunidade estável” face à covid-19.
O Ministério da Saúde russo afirmou que uma dupla inoculação “permite uma imunidade longa”, que poderá durar “dois anos”.
No entanto, muitos cientistas no país e no estrangeiro questionaram a decisão de registar a vacina antes de os cientistas completarem a chamada Fase 3 do estudo.
Essa fase por norma demora vários meses, envolve milhares de pessoas e é a única forma de se provar que a vacina experimental é segura e funciona.
A Organização Mundial da Saúde recebeu com cautela a notícia de que a Rússia registou a primeira vacina do mundo contra a covid-19, sublinhando que deverá seguir os trâmites de pré-qualificação e revisão definidos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 750 mil mortos e infectou quase 21 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.