As principais autoridades da União Europeia e da China realizam, esta segunda-feira, uma cimeira online para avançar as negociações sobre um acordo de protecção do investimento. O debate tem como pano de fundo um aumento de divergências entre os dois blocos e a desconfiança dos Estados Unidos.
O Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang, reúnem-se, esta segunda-feira, por vídeo-conferência, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chefe da política externa do bloco, Josep Borrell.
O objectivo é fazer avançar as negociações para se alcançar um acordo de protecção do investimento ainda este ano, mas a pandemia do novo coronavírus atrasou as conversações e juntou mais divergências às existentes.
Bruxelas acusou Pequim de lançar uma campanha de desinformação sobre o novo coronavírus e manifestou-se preocupada com o crescente domínio político da China sobre Hong Kong e o respectivo impacto sobre a autonomia e liberdades fundamentais no território. Na sexta-feira, a União Europeia exigiu a libertação de vários activistas e pediu sanções contra líderes responsáveis de actos repressivos se a nova lei de segurança nacional for para a frente. Também o Parlamento Europeu adoptou uma resolução de apoio a Hong Kong.
A China procura aliados, numa altura em que enfrenta uma guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos, mas o comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, avisou que “a Europa não será o campo de batalha dos Estados Unidos e da China”. Quanto aos Estados Unidos, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, advertiu os europeus: “O Partido comunista chinês quer obrigar-vos a escolher.”
As trocas comerciais entre a China e a União Europeia ascenderam a 1,5 mil milhões de euros por dia, em 2019, segundo dados da Comissão Europeia. No final da primeira reunião do dia, esta segunda-feira, o primeiro-ministro chinês disse que a cooperação sino-europeia é mais importante que a concorrência e que espera um alívio das taxas alfandegárias sobre os produtos chineses. Além disso, Li Keqiang adiantou que Pequim quer estreitar a colaboração com os europeus na busca de uma vacina contra a covid-19.