Os chefes da diplomacia dos Estados-membros que integram a NATO reuniram-se esta sexta-feira, em formato virtual, para discutir uma abordagem comum ao reforço da presença militar russa junto à fronteira com a Ucrânia.
A Aliança Atlântica teme que a tensão regional possa degenerar em conflito, na eventualidade de falhar a via diplomática para desanuviar a crise.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que as exigências de Moscovo são “inaceitáveis” e que o Ocidente continuará a apoiar a Ucrânia.
“A ideia de que a Ucrânia é uma ameaça para a Rússia serve para colocar tudo de cabeça para baixo. A Ucrânia não é uma ameaça para a Rússia. Penso que, no mínimo, é a ideia de uma Ucrânia democrática e estável que é um desafio para eles. Por isso, a NATO continuará a dar apoio ao seu parceiro, a uma nação soberana, mas também, é claro, reconhecendo que a Ucrânia é um parceiro e não um aliado da NATO”, sublinhou, em conferência de imprensa, Stoltenberg.
Moscovo diz que a Ucrânia faz parte da sua “esfera de influência” e quer garantias de que o país e outras antigas nações soviéticas ficam de fora da aliança militar ocidental.
A exigência foi rejeitada pelos EUA e pela NATO, que se escudam no direito soberano de todas as nações escolherem suas próprias alianças.
As autoridades russas dizem que não têm qualquer intenção bélica e alegam sentir-se ameaçadas pelas provocações de Kiev e da NATO.
Os líderes europeus têm sido, no entanto, mais reservados em relação às perspetivas de adesão da Ucrânia à NATO.
Na próxima semana, a crise entre Kiev e Moscovo será tema quente de intensas atividades diplomáticas, em Genebra, entre responsáveis russos e dos EUA.