As Nações Unidas reconheceram, esta quinta-feira, o comprometimento de Angola com o multilateralismo e os princípios da carta desta organização intergovernamental, criada para promover a cooperação e a paz internacional.
O reconhecimento foi expresso, em Luanda, pelo presidente da Assembleia-Geral da ONU, Abdulla Shahid, no final de uma audiência que lhe foi concedida pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
À saída do encontro, Abdulla Shahid reconheceu, igualmente, o papel que Angola tem desempenhado para a paz e segurança na Região dos Grandes Lagos, bem como no combate às mudanças climáticas, em particular a desertificação.
No diálogo com João Lourenço, o presidente da Assembleia-Geral da ONU, que considerou Angola um parceiro importante das Nações Unidas, disse terem sido abordadas “questões de interesse comum”.
Abdulla Shahid referiu os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, que nos últimos dois anos afectou a economia mundial, associado, nas últimas semanas, à guerra na Ucrânia.
“Essas situações demonstram a necessidade de haver multilateralismo”, disse, defendendo um trabalho conjunto para esbater os “desafios acrescidos” que os países desenvolvidos e os em desenvolvimento enfrentam.
No entender do alto funcionário da ONU, esses desafios só podem ser resolvidos com o multilateralismo, um campo em que Angola tem estado a trabalhar.
Acrescentou que as Nações Unidas defendem que haja mais financiamento para a segurança alimentar e para o desenvolvimento.
O presidente da 76ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas chegou a Luanda quarta-feira, para uma visita de trabalho de quatro dias a Angola, a convite do ministro das Relações Exteriores, Téte António.
Natural das Maldivas, país insular situado no Oceano Índico a Sudoeste do Sri Lanka e da Índia, no continente asiático, Abdulla Shahid é a primeira personalidade do seu país a se tornar presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
O presidente da Assembleia-Geral da ONU é o guardião das Regras de Procedimento do órgão dos 193 Estados-Membros, sendo eleito por maioria simples, três meses antes de assumir, formalmente, o cargo.