Sem citar nomes, o presidente do grupo parlamentar do MPLA, Américo Cuononoca, denunciou a existência, no país, de políticos que recorrem à manipulação de jovens, com vista à desacreditação das instituições e à violação do “jogo democrático”.
O deputado, que falava durante a sessão plenária da última quinta-feira, na Assembleia Nacional, disse ser obrigação da presente geração de políticos deixar um legado recheado de princípios democráticos, convivência pacífica, tolerância, respeito pelo património público e unidade na diversidade.
Américo Cuononoca condenou os actos de violência, intimidação e coacção protagonizados por apoiantes do Presidente cessante dos Estados Unidos da América, Donald Trump, contra os congressistas norte-americanos. Considerou o acto uma “atitude contra a democracia e a liberdade dos congressistas e deputados americanos”.
No dia 6 deste mês, apoiantes de Donald Trump invadiram o Capitólio, sede do Poder Legislativo federal dos EUA, para parar a sessão que certificaria a vitória de Joe Biden nas eleições de Novembro.
Os invasores, alguns já detidos, violaram as barreiras de segurança colocadas em redor do edifício e entraram nas instalações, partindo janelas e portas, o que obrigou a suspensão da sessão em curso e protecção dos legisladores.
Segundo relatos de vários órgãos de comunicação internacionais, durante os distúrbios, morreram quatro civis e um polícia. Donald Trump negou qualquer responsabilidade nos tumultos. O líder parlamentar do MPLA disse ter sido um “péssimo exemplo, que mancha a História daquela potência mundial”.
“Não podemos deixar de manifestar a nossa tristeza pelos acontecimentos ocorridos nos EUA, no calor da disputa eleitoral, sendo o mundo surpreendido pela violência, intimidação e coacção contra os congressistas pelos manifestantes que se introduziram no Capitólio, o Parlamento”, exprimiu Cuononoca, citado pela Angop.
O deputado angolano manifestou a solidariedade do MPLA com o povo americano, lembrando que a guerra pós-eleitoral ocorrida em Angola, no período de 1992 a 2002, também teve a condenação da comunidade internacional, em especial do Conselho de Segurança da ONU.
Esse apoio, recordou, assentou na Resolução 864/93, que condenou acções violentas por não aceitação dos resultados eleitorais e o conflito que se seguiu durante 10 anos de prejuízos humanos e materiais incalculáveis.