Com 171 anos de existência assinalados hoje e apesar da pandemia da Covid-19, o município de Moçâmedes continua de mangas arregaçadas e empenhado em, todos os dias, ganhar a luta pelo desenvolvimento no turismo, na agricultura, no comércio, no saneamento básico, na urbanização e em vários outros sectores.
Moçâmedes é a cidade mais antiga a Sul de Angola, dando nome à capital da província do Namibe. Foi “descoberta”, pela primeira vez, em 1485 pelo navegador português Diogo Cão. O primeiro nome do lugar foi Chitoto Chobatua (buraco dos passarinhos), dado pelos mucubais a uma aldeia de pescadores, pastores e caçadores que exisita na baía, no século XV.
Em 1485 passou a chamar-se Mossungo-Bitoto, e em 1645 passa a ser Angra dos Negros (ou Enseada dos Negros). Somente em 1785 foi baptizada de Baía de Moçâmedes, em homenagem a José de Almeida Vasconcelos, Barão de Moçâmedes.
Dados indicam que o início do seu povoamento deu-se a partir de 1839, com povos descendentes dos bosquímanos, cujos usos e costumes ainda se mantêm intactos em algumas regiões da província. Porém, a sua exploração começou apenas em 1849, data em que se deu a fundação do distrito, com a chegada dos primeiros colonos portugueses provenientes de Pernambuco, Brasil, tornando assim possível a organização da população local. Actualmente, o município, com uma área de 8.916 quilómetros quadrados, conta com mais de 335 mil habitantes.
O Aeroporto Welwitschia Mirabilis e o Porto Comercial são as duas forças que se associam ao transporte rodoviário e ao Caminho-de-Ferro de Moçâmedes para a importação e exportação dos produtos. A região é rica em recursos minerais como ouro, cobre, manganês, cromo, estanho, lenhite e mármore. As principais produções agrícolas são citrinos, oliveira, videira e hortícolas como tomate e cebola. A pesca é outro meio de sustento para os habitantes.
O Caminho-de-Ferro de Moçâmedes, com 907 quilómetros, alcança a cidade de Menongue, capital do Cuando Cubango, passando por Bibala, Lubango eMatala (na província da Huíla).
As tradicionais Festas do Mar na capital de Moçâmedes são o principal certame cultural da cidade. Perduram há 58 anos e proporcionam aos munícipes, turistas e outros visitantes, durante todo omês de Março, um ambiente em que se juntam actividades recreativas, desportivas e culturais, bem como inúmeras oportunidades de negócios, ao longo da Marginal do Namibe.
A feira arranca sempre com uma missa católica de acção de graças, realizada mesmo à beira-mar pela Diocese do Namibe. Segue-se o ritual de oferendas ao mar, em que são jogadas na água várias quantidades de comida e bebidas, e o desfile de embarcações de pescas ao longo da praia das Miragens, na Marginal.
O corte da fita, bem como o festival de pirotecnia (fogos de artifício) marcam assim a abertura oficial da festa. Este ano, porém, o evento, que já estava sob a ameaça da crise financeira, teve de ser encerrada mais cedo do que o previsto, devido à pandemia da Covid-19.