Apelos no sentido de se evitar voltar a cair nos mesmos erros que levaram à guerra de 16 anos e à necessidade de uma convivência democrática, fundamental para a pacificação do país, vão dominar as celebrações, esta terça-feira (4), dos 30 anos do Acordo Geral de Paz (AGP), em Moçambique.
O acordo que pôs termo a 16 anos de guerra entre o Governo e a Renamo, foi assinado a 4 de Outubro de 1992, na capital italiana, Roma, e o bispo da diocese de Quelimane, Dom Hilário da Cruz Massinga, defende uma reflexão profunda sobre a necessidade da convivência democrática, considerando que 30 anos é tempo suficiente para os moçambicanos saberem preservar a paz.
O AGP foi assinado na sede da Comunidade de Santo Egídio, e a representante desta organização religiosa em Moçambique, Paola Germano, diz ser fundamental disseminar os ganhos do Acordo Geral de Paz, para não se cair de novo nos erros do passado.
No seu entender, um dos maiores desafios na preservação da paz, é transmitir aos jovens o significado e a importância do Acordo Geral de Paz, “porque, realçou, há muitas pessoas, sobretudo ao nível da juventude, que não conhecem a história deste entendimento.
O porta-voz da Renamo, José Manteigas, destaca o facto de que na sequência da assinatura do AGP, Moçambique passou a ter eleições democráticas, no seu entender, um princípio basilar de um Estado.
Para a Frelimo, os moçambicanos tudo devem fazer para a preservação do Acordo Geral de Paz, “que pôs termo à guerra de desestabilização, movida pela Renamo”.
Entretanto, Adriano Nuvunga, activista social e director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), insurge-se contra o estado em que se encontra a residência, em Maputo, do falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, considerando que isso não dignifica aquele que foi um dos signatários do Acordo Geral de Paz.