A direcção da empresa pública Electricidade de Moçambique – EdM – deve recuar na pretensão de aumentar em 10% a tarifa da energia no país já no próximo ano. O apelo é do Movimento Democrático de Moçambique – MDM, para quem a efectivação deste plano, vai agravar a já difícil condição de vida da maioria da população.
A empresa pública Electricidade de Moçambique apresentou na sexta-feira, 9 de Outubro, em Maputo, o seu plano estratégico de negócios para os próximos cinco anos, que prevê expandir o acesso à corrente eléctrica e apetrechamento de infra-estruturas, o que irá custar à empresa 1,6 milhões de dólares.
Com as contas “no vermelho”, a EDM pretende aumentar de 10% a tarifa de energia a partir de 2021, para “equilibrar as contas”.
Este aumento de 10% terá ainda que ser aprovado pelo governo e caso não seja aprovado, os gestores da empresa avisam que a rentabilidade manter-se-á negativa, com um cumulativo de 127% negativo no quinquénio 2020-2024.
Sem rodeios, Augusto Pelembe, porta-voz do MDM, terceira maior força política do país e na oposição, considera que o agravamento em 10% da tarifa de energia é inoportuno.
“…queremos pedir e agora à Electricidade de Moçambique, que pare de ameaçar os moçambicanos. Se é insustentável o monopólio, que liberalize o mercado. Que recue dessa pretensão, que vai colocar os moçambicanos mais pobres do que [estão] agora”.
Augusto Pelembe considera que a empresa Electricidade de Moçambique – EDM – deve avançar primeiro com cortes nalguns sectores.
“…que corte os subsídios desnecessários dos chefes e dirigentes da instituição e cada um dos sete administradores passou a ganhar um milhão de meticais ao fim do mês. É justo isso numa empresa que reclama contas no vermelho ?”.
O agravamento da tarifa de energia em 10% é justificada pela EDM pela necessidade de cobrir os custos de manutenção da rede que está obsoleta.