António Guterres e Filipe Nyusi discutiram hoje, pelo telefone, a violência armada em Cabo Delgado. As partes passaram ainda em revista a cooperação bilateral entre a ONU e o governo liderado por Filipe Nyusi.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas e o Presidente de Moçambique abordaram “a situação dos ataques terroristas”, que desde 2017 já provocaram a morte a, pelo menos, 600 pessoas.
No comunicado da Presidência de Moçambique distribuído este sábado, pode ler-se que “durante uma conversa telefónica, de forma breve, abordaram sobre a situação dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado, onde se verificava, como resultado de ataques, uma tendência do registo de centenas de deslocados, destruição de infraestruturas”.
Os ataques na província de Cabo Delgado começaram em Outubro de 2017. Estima-se que já tenham feito, pelo menos, 600 vítimas mortais e afectado mais de 200 mil pessoas, forçadas a fugir e a refugiarem-se em locais mais seguros. No início deste ano, os ataques na região foram classificados pelas autoridades moçambicanas e internacionais como ameaças terroristas.
Ao telefone, António Guterres e Filipe Nyusi falaram igualmente do acordo de paz entre o Governo moçambicano e a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, o maior partido da oposição no país): “no que tange ao processo de paz em Moçambique, o Presidente da República partilhou os últimos desenvolvimentos no processo de diálogo, sobretudo a retomada da Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) que se pretende célere e efectivo, com a Renamo a mostrar vontade política para prosseguir até ao seu término”.
Guterres e Nyusi, segundo a nota da Presidência de Moçambique, reafirmaram ainda, “o seu empenho em aprofundar a cooperação multilateral no enfrentamento dos desafios globais, com impacto em Moçambique e no mundo”.