O Presidente das Ilhas Comores, Azali Assoumani, esteve esta semana em Maputo, para conversações com o seu homólogo Filipe Nyusi, numa altura em que nalguns círculos políticos e militares se afirma que Moçambique deve cooperar mais com aquele país e a Tanzânia, para poder perceber as movimentações dos jihadistas naqueles países vizinhos.
A segurança em Cabo Delgado foi um dos assuntos que estiveram em cima da mesa, segundo deram a conhecer os dois estadistas, sem no entanto, avançar pormenores, quando alguns investigadores internacionais apontam o envolvimento de cidadãos das Comores com redes jihadistas no Quénia, Tanzânia e Uganda, entre 2014 e 2017.
A Tanzania deverá enviar tropas a Moçambique para fazerem parte da Força em estado de Alerta da SADC, e para já não está previsto que as Ilhas Comores mandem tropas para ajudarem na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.
Calton Cadeado, docente universitário e especialista em relações internacionais, defende que Moçambique deve trabalhar com as Ilhas Comores e a Tanzânia na partilha de informação estratégica, que é fundamental na luta contra o terrorismo.
“Moçambique precisa muito de informação estratégica que vem daqueles dois países, sobretudo do Zanzibar, e para além da Tanzânia, é preciso viajar também para as Comores, para perceber as movimentações dos terroristas que lá estão a acontecer”, realçou aquele académico.
Alguns analistas dizem que a visita do presidente das Ilhas Comores a Moçambique, talvez se enquadre nesse âmbito, sendo que outros consideram que a mesma sinaliza a vontade daquele país de se juntar aos esforços para combater o jihadismo em Cabo Delgado.
“As Ilhas Comores têm um papel importante no combate ao terrorismo, mas eu vejo não tanto a este fenómeno, mas nas rotas do tráfico das drogas”, disse o jornalista Fernando Lima.