Catorze toneladas de ouro, rubis e outros minerais preciosos foram contrabandeados para fora de Moçambique desde o princípio do ano e até agora, disse segunda-feira Fernando Maquene, um alto funcionário do Ministério dos Recursos Mineraisum.
Moçambique é um dos países que possui dos mais ricos depósitos de pedras preciosas do mundo, muitas vezes extraídas por mineiros de pequena escala que não têm acesso aos mercados formais.
Ouro, rubis, granadas e tantalite – utilizados para criar aço cirúrgico – têm sido contrabandeados do norte e centro de Moçambique, disse Fernando Maquene.
“Estamos a procurar formas de combater a expansão de redes criminosas que violam o nosso território e os nossos recursos estratégicos, para assegurar que estes recursos possam gerar receitas para desenvolver as comunidades locais”, disse ele à Rádio Mocambique.
O comércio ilegal de minerais preciosos está largamente centrado no norte de Moçambique, onde uma insurreição islamista deslocou cerca de 800.000 pessoas.
A mineração de pedras preciosas e a sua venda em mercados ilegais, por vezes através de funcionários locais corruptos, tornou-se uma forma de sobrevivência para as pessoas que fugiram das suas casas, de acordo com um relatório elaborado no início deste mês pela Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional.
A província de Cabo Delgado, a mais afectada pela insurreição, abriga a mina de rubis Montepuez, que actualmente abastece mais de metade do mercado global de novos rubis.
A mina já extraiu 600 milhões de dólares de rubis desde o início das operações formais em 2011.
O juiz conselheiro do Supremo Tribunal, Rafael Sebastião, disse que o sistema judicial estava a trabalhar para reprimir os casos de contrabando.
“Por vezes há falta de mecanismos transparentes e de provas para responsabilizar os envolvidos no contrabando”, disse ele na rádio.