A Comissão Nacional dos Direitos Humanos, descreve a situação em Palma como de extema violência e pede apoio ao governo e às organizações internacionais, para sanar a crise económica, social e sanitária que desde outubro de 2017 assola Cabo Delgado, no norte de Moçambique e que provocou quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
O grito de socorro de quem foge dos ataques terroristas os últimos registados desde a última quarta feira, 24 de março, chegaram à Comissão Nacional dos Direitos Humanos, revela Luís Bitone, o presidente desta instituição.
“Estão encurralados em algumas zonas e eles querem ajuda, portanto do governo, de outras entidades para poderem livrar-se daquelas zonas onde estão encurralados. Recebemos essa mensagem, tentamos canalizar para entidades, que pensamos que podem ajudar, a partir do Ministério da Defesa, das organizações internacionais que actuam aqui e também do Instituto de Gestão, estamos a tentar contactar para ver se conseguimos apoios nesse processo”.
Luis Bitone revela que a situação de insegurança se agravou em Palma.
“Com os últimos acontecimentos, a situação agravou-se, situação de segurança, situação da realização de condições básicas das populações e temos recebido quase que diariamente noticias daquela zona mas, noticias de aflição”.
A Comissão Nacional dos Direitos Humanos diz o presidente do órgão, está a acompanhar a situação da violência extrema em Cabo Delgado com bastante preocupação.
O Ministério da Defesa de Moçambique confirmou na quinta-feira, um ataque armado à vila de Palma, apontando que “as forças de defesa e segurança estão a perseguir o movimento do inimigo e trabalham incansavelmente para restabelecer a segurança e a ordem com a maior rapidez”.
O coronel Omar Saranga, porta-voz do Ministério da Defesa, admitiu que as comunicações com Palma estão interrompidas, não havendo, até ao momento, informação sobre vítimas e danos causados.
O Ministério da Defesa apelou a população que foge de Palma a “manter-se vigilante e serena enquanto procura espaços seguros”, pedindo colaboração com as autoridades e que “denuncie os terroristas e homens armados para a sua neutralização”.
Segundo testemunhos, trabalhadores de diferentes nacionalidades ligados a obras na região de Palma, onde decorrem os projectos de gás do norte de Moçambique, fugiram juntamente com a população após o ataque de grupos armados à sede de distrito.