O julgamento de 12 iranianos acusados pela justiça moçambicana de terrorismo, inicialmente marcado para quinta-feira, foi adiado, devido à falta de tradutor.
Os arguidos falam apenas persa e só podem ser julgados na presença de um tradutor, porque as audiências são dirigidas em português.
Em finais do ano passado, o Ministério Público moçambicano acusou os iranianos de apoiarem os grupos rebeldes em Cabo Delgado, norte do país, mantendo-os em prisão preventiva.
O grupo foi detido em Dezembro de 2019, numa embarcação carregada de armas ao largo da baía de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.
O Ministério Público acusa-os de terrorismo, associação para delinquir, porte de armas proibidas e crime de organização contra o Estado, ordem e tranquilidade públicas.
Aos arguidos é também imputado o crime de tráfico de droga, porque foram encontrados na posse de uma tonelada de heroína.
De acordo com a argumentação do caso, os 12 iranianos pertencem a uma organização terrorista e iam abastecer com armas e munições os insurgentes que têm atormentado a região.
O grupo transportava na embarcação metralhadoras AK47, caçadeiras, pistolas e munições, binóculos, uma motorizada e um cartão de crédito.
A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, já provocou 670 mil deslocados, anunciaram as Nações Unidas na mais recente atualização de dados compilados pelas agências humanitárias.
Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.