Moçambique assinala esta segunda-feira, 4 de Outubro, 29 anos de assinatura dos acordos de Roma, que puseram fim a um conflito militar de 16 anos, mas desde então o país nunca viveu uma paz efectiva.
“Não sei que paz estamos a celebrar, porque os nossos compatriotas estão ainda a morrer em Cabo Delgado”, disse o professor Inácio Alberto, para quem “se a paz não for efectiva, não é paz”.
Na sua opinião, é preciso tentar perceber as causas de, sistematicamente, o país estar, permanentemente, numa situação de vulnerabilidade que leva a conflitos armados”.
“Eu penso que o conflito militar em Cabo Delgado e na zona centro do país vai ser resolvido, mas se não forem eliminadas as causas dessa guerra, poderão surgir outras situações”, afirmou, por seu turno, o sociólogo Francisco Matsinhe.
O analista político, Dércio Alfazema, do Instituto para a Democracia Multipartidária, diz que essas causas existem e incluem a pobreza sobretudo dos jovens e as assimetrias regionais.
O historiador Egídio Vaz, considera que as pessoas residentes em zonas de conflito e que beneficiaram de iniciativas de desenvolvimento, já quebraram o ciclo de violência”.
Mas Damião Elias, Secretário-Geral do Conselho Cristão de Moçambique, diz que a paz efectiva passa também por um maior investimento na área da segurança, particularmente na província de Cabo Delgado.