Foram desenhados para atravessar continentes, mais concretamente para atingir a Europa ou os Estados Unidos. A uma velocidade de 25 mil quilómetros por hora, os mísseis Sarmat podiam chegar de Moscovo a Lisboa em apenas nove minutos, sendo que apenas uma das várias ogivas nucleares que pode transportar chegaria para destruir a capital portuguesa.
Com efeito, as 750 toneladas que cada uma das dez ogivas que estão num míssil Sarmat são suficientes para destruir cidades do tamanho de Londres, como confirma à CNN Portugal o major-general Agostinho Costa. No limite, e imaginando que todas aquelas ogivas eram utilizadas num mesmo lançamento, este míssil seria capaz de destruir todo um país.
Basta dizer que cada uma destas ogivas tem um potencial de destruição 37,5 vezes superior às bombas atómicas utilizadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial.
Lá dentro, a arma que no Ocidente é conhecida como “Satanás II”, pode transportar dez ou mais ogivas nucleares, sendo um equipamento crucial para o reforço da “tríade nuclear” russa, que permite o lançamento de armas nucleares através de terra, mar e ar.
Apesar de até ter demorado mais do que o previsto, a Roscosmos, agência responsável pela indústria aeroespacial da Rússia, anunciou esta sexta-feira que o Sarmat está totalmente disponível para fazer parte do arsenal russo, podendo passar a ser considerado uma arma ao dispor do exército.
A partir da Rússia, este míssil balístico intercontinental pode chegar a qualquer lado do mundo, tendo capacidade para percorrer uma distância de pelo menos 11 mil quilómetros, o que é feito em cerca de meia hora – o presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz que não existe nenhum sistema antiaéreo capaz de lhe fazer frente.
Em abril do ano passado, Putin descreveu o Sarmat como um míssil capaz de “causar o fracasso de todos os sistemas antiaéreos” e que “fará refletir duas vezes aqueles que tentam ameaçar” a Rússia.