Milhares de pessoas percorreram esta quinta-feira as ruas de Beirute para assistir ao funeral do “número dois” do braço político do Hamas, Saleh al-Arouri, que morreu num ataque com drones à delegação do movimento palestiniano na capital libanesa.
Apesar de o Hamas e o grupo xiita libanês Hezbollah terem culpado Israel, Telavive não assumiu a autoria deste ataque.
Saleh al-Arouri, que era vice-chefe político do Hamas, estava na mira de Telavive há anos e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ameaçou matá-lo antes mesmo de o Hamas realizar seu ataque surpresa em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que desencadeou a guerra em curso na Faixa de Gaza.
Entretanto, os militares israelitas divulgaram imagens esta quinta-feira que mostram ataques militares ao Hezbollah e uma “célula terrorista de mísseis antitanque” na área de Maroun El Ras, no sul do Líbano.
Numa altura em que se teme a escalada do conflito no Médio Oriente, as Forças de Defesa de Israel também confirmaram que detetaram o lançamento de vários mísseis originários do Líbano em direção ao território israelita.
O Hezbollah reivindicou o lançamento de pelo menos 11 ataques contra alvos israelitas ao longo da fronteira.
Contudo, o foco da guerra permanece em Gaza, onde o governo israelita ambiciona uma “vitória clara” sobre o Hamas, que governa o território desde 2007.
Os militares israelitas divulgaram também esta quinta-feira vídeos que, segundo alegam, mostram ataques a alvos do Hamas na Faixa de Gaza.
O Crescente Vermelho Palestiniano relatou “bombardeamentos intensos e contínuos” junto à sede da organização, no sul da cidade de Khan Younis, e de um hospital.
Pelo menos 21 dos 36 hospitais de Gaza já não estão operacionais, de acordo com a última avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, há mais de 57 mil feridos em Gaza.
Dados das Nações Unidas apontam que um quarto da população do território sitiado está em risco de fome, já que as restrições israelitas e os combates constantes impedem a entrega da ajuda humanitária.
O número total de mortos em Gaza, desde o início da guerra Israel-Hamas em 7 de outubro, supera agora os 22.300.