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Chanceler federal alemã se distancia de declarações do presidente sobre congressistas de origem estrangeira. “Pessoas de diferentes nacionalidades contribuíram para a força do povo americano”, diz.
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, condenou nesta sexta-feira (19/07) declarações consideradas racistas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação a um grupo de congressistas democratas nos EUA.
Em sua tradicional conferência de imprensa anual em Berlim, Merkel buscou se distanciar de Trump no que diz respeito aos comentários, direccionados a quatro mulheres do Partido Democrata, cujas origens remetem a países estrangeiros.
“Eu decididamente me distancio [dos ataques] e me solidarizo com as as três mulheres atacadas”, disse a chanceler, cometendo um equívoco quanto ao número de congressistas atacadas por Trump, que seriam quatro.
Merkel disse que o que torna os EUA um país especial é o fato de que “pessoas de diferentes nacionalidades contribuíram para a força do povo americano”. Ela avaliou que os comentários de Trump são contrários a esses valores, também defendidos por ela.
Nos últimos dias, Trump lançou uma série de ataques, afirmando que congressistas teriam vindo de lugares onde os governos seriam “os piores, os mais corruptos e ineptos em qualquer parte do mundo” e que elas deveriam voltar a esses países.
Ele se referia a um grupo de democratas apelidado de “o esquadrão”, formado por Alexandria Ocasio-Cortez, eleita por Nova York, Ilhan Omar, de Minnesota, Rashida Tlaib, do Michigan, e Ayanna Pressley, de Massachusetts.
Na colectiva de imprensa, Merkel também tentou afastar preocupações quanto à sua saúde, dizendo compreender os repetidos questionamentos a esse respeito após ter sofrido tremores em frente às câmeras em três ocasiões.
Ela disse entender que haja perguntas sobre sua saúde e assegurou que permanece apta a exercer a função de chefe de governo. “Como pessoa, também tenho grande interesse em minha saúde”, afirmou.
A chanceler deixará a política em 2021, quando se encerrará o seu quarto mandato. Ela, que acaba de completar 65 anos, está à frente do governo alemão desde 2005. “Espero que haja ainda uma outra vida [após a política]. E espero estar saudável”, disse.