Expresso | VERA LÚCIA ARREIGOSO
Sindicatos desistiram esta terça-feira de negociar com a ministra da Saúde, Marta Temido. “Pela terceira vez”, pedem para reunirem-se diretamente com o primeiro-ministro
Estão terminadas sem sucesso as negociações entre o Sindicato Independente dos Médicos e a Federação Nacional dos Médicos e a titular da pasta da Saúde, Marta Temido. A reunião ao início da tarde desta terça-feira acabou como começou: sem acordo. Os médicos não querem retomar as negociações com a ministra e exigem reunir-se, ao mais alto nível, com o próprio primeiro-ministro. Esta é a terceira vez que os médicos tentam ser ouvidos por António Costa.
“Das mais de 30 questões que os sindicatos têm colocado à discussão, para negociação e aplicação a curto, médio e longo prazo – umas de modo imediato e a maioria de modo faseado – , todas elas constantes dos pré-aviso de greve sindical, temos dificuldade em encontrar as que foram completamente resolvidas”, afirmam os sindicatos. Assim sendo, afirmam: “A postura do Governo da República e do Ministério da Saúde não é honesta.”
Para os sindicalistas, “esta postura desrespeita os médicos e os doentes portugueses e os sindicatos não podem continuar a pactuar com simulacros e manobras publicitárias de pré-campanha eleitoral”. Assim sendo, “comunicaram à ministra da Saúde que não estão dispostos a continuar a dar balões de oxigénio a este Ministério com a sua participação em rondas negociais em que, da parte da tutela e quem nela manda, a resposta é antecipadamente conhecida”.
Em comunicado, as duas estruturas sindicais afirmam ainda que “têm feito tudo desde o início desta legislatura para dialogar com o Ministério da Saúde e o Governo da República, para preservar a paz social, para não prejudicarem em demasia os doentes apesar da inevitabilidade de pugnarem pela melhoria das condições de trabalho dos médicos portugueses e pela preservação da qualidade do SNS”. Ao invés, afirmam, “o Governo da República e o Ministério da Saúde tudo têm feito para simularem negociações, com a agravante da atitude ostensiva e reiteradamente desrespeitosa demonstrada pela atual titular em declarações e entrevistas à comunicação social”.