Milhares de hondurenhos marcharam nesta terça-feira (6) para exigir a saída do presidente, Juan Orlando Hernández, acusado em um tribunal de Nova York por supostos vínculos com o narcotráfico – o que ele nega.
“Fora JOH” (iniciais de Juan Orlando Hernández), gritavam cerca de 10.000 manifestantes, citados pela AFP, que foram ao bulevar Suyapa, no centro de Tegucigalpa, onde a polícia lhes recebeu com bombas de gás lacrimogêneo.
Estudantes da Universidade Nacional que participavam do protestos lançaram pedras contra a polícia.
A marcha foi convocada por funcionários públicos dos setores de saúde e edução, bem como pelos partidos de oposição.
“Exigimos a saída do ditador, eleito ilegalmente em uma fraude”, disse o diretor escolar Edwin Hernández à AFP.
Os partidos de oposição alegam que Hernández ganhou as eleições de novembro de 2017 graças a uma fraude respaldada pela embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa.
Em depoimento à Justiça de Nova York, o político hondurenho Alexander Ardón afirmou que teria pago propinas a Juan Orlando Hernández para comprar votos de deputados, que lhe elegeram presidente do Congresso entre 2010 e 2014.
“Ardón posteriormente gastou aproximadamente 1,5 milhão de dólares de lucros das drogas” na campanha que levou Juan Orlando Hernández ao poder em 2014, em troca de proteção, segundo documento da Justiça americana.
O presidente Hernández nega as acusações e afirma ser respaldado pelos Estados Unidos por seu combate ao narcotráfico.