Um magistrado do Ministério Público no município de Cacuso ordenou nesta quinta-feira, 24, a libertação incondicional dos 10 activistas detidos pela Polícia Nacional (PN) em Calandula, na província angolana de Malanje, quando se preparavam para realização uma manifestação para pedir a destituição do administrador local.
O advogado de defesa, Carlos Xavier Luís Lucas, disse ter havido abuso de poder por parte dos efectivos da corporação no Comando Municipal de Calandula.
“Os jovens já foram postos em liberdade pelo Ministério Público, na medida em que a conduta, ou crime, que lhes é imputada não aconteceu”, disse, acrescentando que“a Polícia agiu à margem dos serviços da lei”.
Os activistas permaneceram seis dias nos calabouços do Comando Municipal da Polícia Nacional de Cacuso sem serem ouvidos por um representante do Ministério Público, acrescentou o advogado.
“Evidente a má-fé” e a falta de profissionalismo, sentido de missão e até mesmo de Estado de [alguns agentes] da Polícia Nacional em prestar um serviço de qualidade ao cidadão”, acrescentou Lucas.
Os activistas poderão interpor uma reclamação junto do piquete do Comando Provincial da PN em Malanje para chamar à razão dos efectivos “que usaram o poder para reprimir cidadãos que clamavam por melhores condições de vida para os habitantes do município de Calandula, conclui o advogado de defesa Carlos Lucas.