Presidente francês e seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, discutiram a ajuda a Moçambique num encontro hoje em Pretória
O Presidente francês afirmou estar disponível para ajudar Moçambique no combate à insurgência jihaidista na província de Cabo Delgado, desde que tal envolvimento seja enquadrado numa estratégia da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a pedido do Governo de Maputo.
Antes do seu pronunciamento nesta sexta-feira, 28, em Pretória, no início de uma visita de dois dias à África do Sul, Emmanuel Macron encontrou-se com o seu homólogo Cyril Ramaphosa, com quem disse ter falado “longamente sobre Moçambique”.
“Estamos disponíveis para ajudar, mas no contexto de uma solução política que deve, em primeiro lugar, ser solicitada por Moçambique e, em segundo lugar, estruturada pela SADC”, afirmou Macron a jornalistas, sublinhando que “caso seja tomada a decisão de lançar uma intervenção da SADC para restaurar a plena soberania de Moçambique em todo o seu território, a França está disponível”.
Por seu lado, o Presidente sul-africano saudou a vontade de Paris em ajudar Moçambique, lembrando que qualquer ajuda “será oferecida com base na cooperação de dois países como dois Estados soberanos”.
Ramaphosa, que participou ontem em Maputo na cimeira da troika da SADC sobre a situação em Cabo Delgado, reiterou que a organização está pronta para ajudar a “repelir os insurgentes e garantir o nosso regresso e restaurar a paz e estabilidade em Moçambique”.
O Presidente francês lembrou, na ocasião, que o seu Governo tem uma presença regional em Mayotte e Reunião e que a força está pronta para oferecer ajuda naval.
“Temos fragatas e algumas outras embarcações na região e organizamos operações regularmente, para podermos estar disponíveis, e muito rapidamente, se solicitado”, afirmou.
A cimeira da troika, no entanto, limitou-se a manifestar a sua solidariedade ao Governo de Moçambique na luta contra a insurgência e marcou uma nova cimeira, até 20 de Junho, que poderá avançar com uma proposta de apoio militar no terreno às Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
Até agora, o Presidente moçambicano Filipe Nyusi tem-se recusado a aceitar a presença de uma força regional, como da SADC, enquanto discute a ajuda de forma individual com alguns países.