Numa entrevista televisiva, o presidente francês tentou explicar e justificar a reforma das pensões, que aumentou a idade da reforma de 62 para 64 anos. A lei foi aprovada por decreto, sem ir à Assembleia Nacional, porque o Governo temia não ter maioria para votar favoravelmente o texto.
Macron diz que a reforma é uma necessidade económica. “Acha que podemos continuar com as mesmas regras? Temos um sistema de repartição, o que significa que somos nós, os ativos, que hoje em dia financiamos as reformas Portanto, não há 36 soluções se queremos que o regime seja equilibrado. Ele já não o é. E quanto mais esperarmos, mais se vai degradar. Por isso, esta reforma é necessária.”
Macron condenou aqueles que usam a violência nos protestos em todo o país, mas disse que manifestações pacíficas, lideradas por sindicatos são legítimas.
“Penso que agora é necessário encontrar um caminho e que nos sentemos a negociar. Não vamos tolerar quaisquer excessos. Garantiremos que seja possível uma vida normal face àqueles que bloqueiam a atividade. Depois, cabe também a nós, a mim, ao Executivo, ouvir a cólera legítima que se manifestou durante esses protestos”, afirmou Macron.
Por todo o país tem havido protestos contra a reforma das pensões e a forma como ela foi imposta. Em Brest, os estivadores bloquearam o porto, enquanto em Nice os manifestantes cortaram uma linha ferroviária com um boneco a representar o presidente francês.
Macron tem agora de esperar que o Conselho Constitucional se pronuncie sobre a reforma das pensões.