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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Lusofonia presente em festival da periferia de Paris onde as músicas do Mundo marcam o ritmo

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FONTE:RFI

Até dia 13 de Novembro, decorre no departamento de Seine Saint Denis, junto a Paris, a 26ª edição do Festival Cidades das Músicas do Mundo, que traz à periferia da capital francesa sonoridades e danças de todo o globo e que trouxe a morna cabo-verdiana e o fado português a Aubervilliers.

Numa noite mais quente do que é habitual para os termómetros franceses em Outubro, Lucibela, uma das referências da morna, e Clara Pires, fadista consagrada, partilharam o palco do Point Fort d’Aubervilliers, num concerto que celebrou a lusofonia.

Para Lucibela, cantora nascida em São Nicolau e que vive actualmente em Portugal onde prossegue a sua carreira musical, tendo editado este ano o disco Amdjer, ou mulher em crioulo, a França tem sempre as portas abertas à morna, coladeira e funaná.

“Correu muito bem o concerto, foi lindíssimo. Adorei cá estar e sentir o calor do público. Ouviram a morna e dançaram a coladeira. Normalmente os franceses têm sempre as portas e o coração aberto para a música de Cabo Verde e eu sinto isso quando faço concerto. Eles estão sempre a acompanhar, a dançar e a fazer a festa”, disse Lucibela.

Kamel Dafri, director do Festival Cidades das Músicas do Mundo disse à RFI que a lusofonia era um destino imperdível nesta edição que tem como mote “Dançar e Cantar Agora”.

“A temática do Festival Cidades e Músicas do Mundo deste ano é “Dançar e Cantar Agora” e tínhamos vontade de fazer uma visita musical e coreográfica. Obviamente que o destino da lusofonia era imperdível, portanto pensámos logo em Cabo Verde, um pequeno país de África, mas que deu grandes géneros musicais ao Mundo e claro que de Cabo Verde fomos para Portugal, para o fado, a música do sentimento. Somos muito apegados a todo este património”, afirmou o director do festival.

Para a fadista Carla Pires, com mais de duas décadas de experiência em palcos de todo o Mundo, trazer a cultura lusófona às periferias é importante e urgente, com esta iniciativa de partilhar o palco com a morna cabo-verdiana a parecer-lhe evidente num mundo em que a música deve ter menos rótulos.

“Hoje em dia tem-se feito imensos festivais onde há essa junção, exactamente, da lusofonia, num mesmo concerto haver dois artistas que dividem e que partilham o palco. Porque não? Para quê rotular a música?”, questionou Carla Pires.

O Festival Cidades das Músicas do Mundo prossegue até dia 13 de Novembro em 25 cidades dos arredores de Paris, no departamento de Seine Saint Denis, ao ritmo dos sons de diferentes latitudes.

RFI

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