Os feitos do primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto, devem continuar patentes e desvalorizada qualquer campanha que visa denegrir a sua imagem.
Esta afirmação é da vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, que falava à margem da homenagem ao nacionalista Noé Saúde, tendo lembrado que nos últimos tempos tem sido feitas campanhas com objectivo de manchar os feitos do fundador da nação.
A responsável afirmou que o ex-genro do líder de libertação nacional, São Vicente, acusado de branqueamento de capitais pelo Governo Suíço, é um cidadão angolano e deve responder por seus próprios actos.
“Agostinho Neto é uma referência na história de Angola e todos os angolanos o respeitam. O facto de hoje sermos independentes devemos ao presidente Neto “ referiu
A vice-presidente do MPLA acrescentou que Agostinho Neto foi um homem com invulgares qualidades humanas, cujo legado continua patente, citando como exemplo a célebre frase “O mais importante é resolver os problemas do povo”.
Luísa Damião informou que existe um programa alargado que visa homenagear o fundador da nação, com realce para uma mesa redonda e um prémio literário.
Também se reconhece em Agostinho Neto, o empenho na luta para a erradicação do analfabetismo, ao lançar a campanha nacional de alfabetização, em 1979.
Por seu turno, o deputado do MPLA pelo círculo eleitoral de Malanje, João Diogo Gaspar, afirma ser injusta a inclusão da figura de Agostinho Neto em situações que visam manchar a sua boa imagem.
O responsável considera descontextualizada a postura de determinados políticos em fazer crer aos jovens que Agostinho Neto não deu o melhor de si para a coesão nacional.
Segundo o deputado, nos últimos dias, circulou em certa imprensa, que Agostinho Neto foi defensor da escravatura, com o propósito de desprestigiar a sua figura, pós, ao contrário disso, lutou contra esta corrente e contra todas as suas práticas.
Apontou Agostinho Neto como defensor da liberdade pela auto-determinação dos povos contra o jugo da opressão colonial em África, o que lhe valeu o título de fundador da Nação angolana, tendo sido também uma figura incontornável no continente africano e no mundo.
António Agostinho Neto faleceu a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo, por doença.
Médico e estadista, proclamou a independência de Angola em 11 de Novembro de 1975, depois de longos anos de colonização portuguesa.
A sua obra poética pode ser encontrada em quatro livros principais: Quatro Poemas de Agostinho Neto (1957); Poemas (1961); Sagrada Esperança (de 1974) e Renúncia Impossível (1982).