Foi a enterrar nesta quinta-feira,10, no Lubango, o jovem Nagilson Miguel Cassanga, a vítima mais recente de disparos de arma de fogo efectuado por um agente da Polícia Nacional.
A morte deu-se na sequência de um desentendimento nesta terça-feira, 08, que envolveu a vítima acompanhada de amigos e a filha do agente, que chamado a intervir em socorro desta, conta a polícia, viu-se forçado a recorrer da arma de fogo para dispersar a confusão que se tinha instalado em sua própria casa.
Para os familiares da vítima a intenção do agente da polícia era mesmo de atirar a matar, conta o tio.
“ Fez dois tiros no ar e dois tiros no peito do meu sobrinho que foram fatais. Os dois tiros no peito do miúdo de 17 anos foram mesmo para matar porque ele veio para matar e não foram a distância”, disse
A mãe de Nagilson Cassanga desolada pede que se faça justiça.
“ Eu quero justiça os polícias não são para matar assim. Olha a dor de uma mãe. Ele tem irmã ele tem filho e o filho dele é amigo do meu filho porquê que ele fez isso?! “, disse
Entretanto a delegação provincial do Ministério Interior na Huíla, esclareceu em comunicado o envolvimento no caso do agente afecto a Unidade de Segurança Pessoal e Entidades Protocolares (USPEP) e a consequente abertura de inquérito para apurar responsabilidades.
O comunicado enfatiza o facto de o agente não ter estado no exercício das suas funções na altura dos acontecimentos, e que este já se encontra detido juntamente com um amigo da vítima.
A morte de um cidadão a envolver um agente de polícia volta a levantar o debate sobre a actuação das forças da ordem, embora aqui o acidente tenha ocorrido fora de exercício de funções.
O acidente ocorre numa altura em que três agentes da polícia nacional na Huíla estão em prisão preventiva desde Maio passado por alegado envolvimento na morte de um jovem em Abril do corrente ano durante a vigência do estado de emergência por conta da covid-19.