DN|Lusa
O presidente do PS anunciou que a Comissão Política Nacional do partido aprovou as listas de candidatos socialistas a deputados nas próximas eleições legislativas com votações entre os 80 e os 92%.
Carlos César anunciou este resultado no final de uma reunião, em Lisboa, que demorou cerca de duas horas e meia, menos do que o habitual em comissões políticas destinadas a aprovar listas de candidatos a deputados.
“As listas que o PS apresenta têm mais de 56% de mulheres entre os seus efetivos, respeitando assim a distribuição equilibrada em termos de género. Também têm a particularidade de terem sido aprovadas por voto secreto com votações que oscilaram entre os 80 e os 92%”, apontou o presidente dos socialistas, tentando aqui traçar uma linha de demarcação face ao PSD.
Para Carlos César, este processo constituiu “um momento de grande afirmação da unidade do PS, de renovação da sua energia e entusiasmo”.
“Já aprovámos o nosso programa [eleitoral no sábado passado] com uma participação muito vasta de quadros independentes e qualificados e com contributos da sociedade civil. Penso que este processo que agira se conclui habilita o PS, como nenhum outro partido – estando dotado de um programa baseado numa experiência de Governo bem-sucedida e na vontade de inovar e acolher novos contributos e novas pessoas – para prosseguir de forma vitoriosa com a confiança dos portugueses”, declarou.
Confrontado com o facto de as listas de candidatos a deputados do PS não terem agora representantes nem da CGTP-IN, nem da UGT, Carlos César contrapôs que o seu partido “tem nas suas listas personalidades que são pessoas sindicalizadas, que desde logo trabalham e têm um domínio em matérias laborais”.
“Nesta legislatura, discutimos um pacote sobre legislação laboral e ele não foi necessariamente discutido por sindicalistas. Foi discutido por deputados que têm uma especialidade nestas áreas. Isso aconteceu e voltará a acontecer”, alegou.
Para o presidente do PS, mais importante do que a questão de representantes das centrais sindicais nas listas de candidatos a deputados “é saber o que se pretende para o país”, designadamente nos planos “laboral, económico e social”.
“Trabalhámos de forma muito participada para construirmos um programa de Governo sólido. É isso que procuraremos executar, escolhendo os melhores para o Governo e tendo os melhores no parlamento”, afirmou.
Já sobre as polémicas em torno das listas com as federações da Guarda e Braga, Carlos César negou a existência de “problemas específicos nessas áreas”.
“Em todos os círculos eleitorais há pessoas que, naturalmente, achavam que um ou outro devia ter melhor posição, ou que deviam estar presentes certas pessoas e não outras. Isso é inevitável que aconteça num partido democrático, mas o que releva é que estas votações foram extraordinariamente impressivas”, sustentou o presidente do PS.