Reuters
Dias depois de milhões de jovens irem às ruas de todo o mundo para exigirem uma ação emergencial contra a mudança climática, líderes se reuniram na Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira, para tentarem injetar um novo ímpeto nas iniciativas hoje travadas para conter as emissões de carbono.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou os governos que teriam que oferecer planos de ação para se qualificarem para falar na cúpula, que pretende fortalecer o Acordo de Paris de 2015 para combater o aquecimento global.
“Milhões de todo o mundo (estão) dizendo claramente não somente que querem mudança, não somente que os tomadores de decisão precisam mudar, mas que querem que sejam responsabilizados”, disse Guterres em uma cúpula climática juvenil separada que presidiu, no sábado.
Líderes mundiais, como a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, devem discursar na reunião de um dia, além de empresas que trabalham para promover a energia renovável.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, não comparecerão, disseram autoridades.
Na esperança de motivar os líderes que entravam na sede da ONU em Nova York, pedidos de ação feitos por jovens foram projetados na lateral do edifício principal.
“Tudo precisa mudar, e isso tem que começar hoje”, dizia uma das mensagens projetadas de Greta Thunberg, ativista climática sueca de 16 anos que inspirou uma greve climática global na sexta-feira passada.
Tendo em conta o desenrolar mais rápido do que o esperado de eventos climáticos extremos, do derretimento do subsolo congelado e da elevação dos mares, cientistas dizem que a urgência da crise se intensificou desde que o Acordo de Paris foi firmado.
O pacto entrará em uma fase de implantação crucial no ano que vem, depois de outra rodada de negociações no Chile em dezembro. As promessas feitas até agora nos termos do acordo não chegam nem perto de bastar para evitar um aquecimento catastrófico, alertam cientistas, e no ano passado as emissões de carbono atingiram um recorde.
Embora alguns países tenham feito progresso, alguns dos maiores emissores continuam muito atrasados — apesar de incêndios florestais, ondas de calor e temperaturas recordes terem oferecido um vislumbre da devastação que pode estar à espreita em um mundo mais quente.