Os líderes africanos pediram na segunda-feira que os países ricos façam contribuições recordes para um mecanismo de juros bonificados do Banco Mundial para nações em desenvolvimento, do qual dependem para ajudar a financiar o seu desenvolvimento e combater as alterações climáticas.
Os doadores farão os seus compromissos em dinheiro à Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), uma instituição do Banco Mundial que oferece empréstimos com taxas de juro baixas e prazos longos, numa conferência que terá lugar no Japão, em Dezembro.
“Apelamos aos nossos parceiros para que se encontrem connosco neste momento histórico de solidariedade e respondam eficazmente, aumentando as suas contribuições para o IDA… para pelo menos 120 mil milhões de dólares”, disse o presidente do Quénia, William Ruto, numa reunião de líderes africanos e do Banco Mundial para discutir o financiamento do IDA.
As economias africanas enfrentam um “aprofundamento da crise de desenvolvimento e de dívida que ameaça a nossa estabilidade económica, e emergências climáticas urgentes que exigem uma acção imediata e colectiva para a sobrevivência do nosso planeta”, disse Ruto.
Ele citou as inundações devastadoras do Quénia e uma grave seca que afecta nações da África Austral, como o Malawi.
Se os doadores prometerem o montante mínimo sugerido pelos líderes africanos, será um novo máximo após a última ronda de angariação de fundos em 2021, que arrecadou 93 mil milhões de dólares.
Os empréstimos do IDA funcionam num ciclo de três anos, que é geralmente precedido pelas contribuições dos doadores numa reunião global.
O IDA oferece empréstimos com taxas de juros baixas a 75 países em desenvolvimento em todo o mundo, disse o Banco Mundial, sendo que mais de metade deles estão em África.
O financiamento é utilizado pelos governos para aumentar o acesso à energia e aos cuidados de saúde, investir na agricultura e também construir infraestruturas críticas, como estradas.
Ajay Banga, o presidente do Banco Mundial, prometeu eliminar as regras “pesadas” que regem os empréstimos aos países ao abrigo do IDA, para torná-los mais eficientes e para entregar fundos aos países mutuários mais rapidamente.