Pedro Nuno Santos é o grande favorito para vencer as eleições internas do Partido Socialista e suceder a António Costa como secretário-geral nas eleições internas marcadas para 15 e 16 de dezembro.
Pelo menos isso é o que revela a sondagem da Consulmark2 para o Jornal Sol e a Euronews, publicada esta quinta-feira e amanhã, sexta-feira, 8 de dezembro, nas bancas.
À pergunta quem vai ganhar as eleições no PS, entre José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos, 51,5% dos entrevistados consideram que a vitória vai sorrir ao antigo ministro das Infraestruturas.
O candidato Daniel Adrião não foi incluído neste estudo sobre as eleições internas do PS.
O ministro da Administração Interna no governo de António Costa, entretanto, de gestão, será o vencedor na opinião de 22,6% dos entrevistados, enquanto os restantes 25,9% não sabem ou não responderam a esta questão.
Por outro lado, dos dois, é José Luís Carneiro “quem tem o melhor perfil para ser primeiro-ministro”, na opinião de 44,7% dos entrevistados contra 19,5% que veem em Pedro Nuno Santos melhor enquadrado para liderar o governo português.
Comparando dois resultados distintos para estas eleições internas nos socialistas, Pedro Nuno Santos volta a revelar vantagem nas respostas à pergunta “quem dará mais votos ao PS, nas Legislativas”.
O antigo ministro das Infraestruturas recolhe 40,3% dos votos contra os 34,4% que consideram ser José Luís Carneiro quem assegurará o melhor resultado dos socialistas no dia 10 de março.
Considerando o perfil ideal de um primeiro-ministro, os entrevistados destacam a credibilidade, o conhecimento dos problemas do país e a capacidade de liderança como os aspetos mais importantes para um chefe do governo português.
No frente a frente, de acordo com esta sondagem, Pedro Nuno Santos revela ter melhor facilidade de comunicação (43,3% contra 27%), mais capacidade de diálogo com a esquerda (50,3% contra 16,7%) e mais reconhecimento internacional (26,4% contra 21,2%).
José Luís Carneiro destaca-se nas restantes caraterísticas referidas neste capítulo da sondagem, sobretudo, revelando maior credibilidade (52,5% contra 15,8%), na maior capacidade de diálogo com a direita (49,9% contra 14,3%) e com o Presidente da República (43,8% contra 12,9%), na simpatia (40,5% contra 19,8%) e na proximidade às pessoas (33,2% contra 28,3%).
Impacto nas eleições de 10 de março
Para a maioria dos entrevistados (66,8%), a eleição do novo secretário-geral não vai influenciar a tendência de voto nas Legislativas de 10 de março. Apenas 17,7%, admitem que poderá influenciar.
Se as eleições legislativas fossem este domingo, 10 de dezembro, 22,4% dos entrevistados nesta sondagem da Consulmark2 dariam a vitória ao Partido Social Democrata (PSD).
O PS conseguiria 19,5% dos votos e o Chega consolidaria o terceiro lugar, com 12,9%, quase dobrando os resultados de 2022 (7,18%).
A Iniciativa Liberal também reforçaria a quarta posição, passando de 4,91% para 5%, enquanto o Bloco de Esquerda cairia dos 4,4% para 3,3%, destacando-se ainda a queda da CDU para 1,6% depois dos 4,3% do PCP/PEV no ano passado e do PAN de 1,6% para 1%.
De regresso ao Parlamento estaria o CDS-PP, agora com Nuno Melo na liderança, conseguindo 1,7% dos votos, tal como Livre, que assim também reforçaria a sua posição no hemiciclo depois dos 1,28% que em 2022 valeram a Rui Tavares um lugar de deputado na Assembleia da República.
De uma forma geral, 94,5% dos entrevistados asseguraram que tencionam votar nas eleições legislativas de 10 de março e 54,4% disse já ter a decisão de voto tomada.
As decisões que precipitaram as eleições
Em relação às decisões que precipitaram a marcação de eleições antecipadas, 78,4% concordam com a decisão de António Costa de se demitir após a revelação de uma investigação que chegou a referir suspeitas sobre o próprio primeiro-ministro, incluídas num derradeiro parágrafo no comunicado da Procuradoria-Geral da República, mais tarde descrito como “um lapso”.
As diligências da apelidada “Operação Influencier” acabaram também por destapar um caso paralelo, com a descoberta de mais de 75 mil euros em notas escondidas no escritório de Vítor Escária, o chefe de Gabinete do primeiro-ministro.
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Por outro lado, a consequente decisão do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa de dissolver a Assembleia da República e marcar eleições antecipadas recebeu o forte aval de 82,6% dos entrevistados.
O Chefe de Estado não avançou de pronto para a formalização da demissão do primeiro-ministro nem para a dissolução do Parlamento. Com diversos processos em curso e dependentes do novo orçamento, Marcelo Rebelo de Sousa deu tempo ao governo de maioria absoluta de António Costa para aprovar o Orçamento de Estado de 2024.
Esta quinta-feira, 7 de dezembro, um mês após o pedido do primeiro-ministro, o Presidente tem previsto formalizar a demissão e tornar o executivo num governo de gestão até às eleições que marcou, entretanto, para 10 de março.
O anunciado derradeiro Conselho de Ministros do executivo liderado por António Costa decorre esta mesma quinta-feira.
A Assembleia da República deve ser dissolvida a 15 de janeiro e só voltará à plenitude das funções cerca de um mês após as eleições.
Por Euronews/Jornal SOL com Consulmark2