O líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) deu como prazo até dezembro para que os novos integrantes do seu colégio presidencial apresentem propostas para fazer face aos desafios das eleições autárquicas e gerais.
Abel Chivukuvuku discursava hoje na cerimónia de tomada de posse de oito membros do Colégio Presidencial da CASA-CE, do qual é presidente, com o objectivo da atribuição de responsabilidades directa e exclusivas.
Tomaram hoje posse Alexandre Sebastião André, líder do PADDA-AP, coordenador para Assuntos Institucionais e Jurídicos e Poder Local, Manuel Fernandes, líder do PALMA, coordenador para a Ação política e Revitalização da Coligação, Felé António, líder do PPA, coordenador para as Questões Patrimoniais e Simão Makazu, líder do PDP-ANA, coordenador para as Políticas Económicas e Financeiras.
O Colégio Presidencial é ainda integrado por Sikonda Lulendo Alexandre, líder do PSNA, coordenador para as Questões da Sociedade Civil e Religiosas, Justino Pinto de Andrade, líder do Bloco Democrático, coordenador para as Questões Eleitorais Gerais e Autárquicas, André Mendes de Carvalho “Miau”, coordenador para as Questões Parlamentares e Cesinanda de Kerlen Xavier, coordenadora para a Comunicação Social e Marketing.
Na sua intervenção, Abel Chivukuvuku disse que com este ato de atribuição direta e exclusivas fica dado o primeiro passo do ideal da refundação da CASA-CE, cujo processo aguarda por conclusão até final deste mês.
Segundo Abel Chivukuvuku, o processo de refundação da CASA-CE incluirá outros actos políticos e passos estruturais não menos importantes, assim como a conclusão do processo no Tribunal Constitucional.
O dirigente máximo da segunda maior força política da oposição angolana frisou que o contexto político de Angola, a médio prazo, estabelece marcos chave, nomeadamente as eleições autárquicas de 2020 e as eleições gerais de 2022.
“Estes serão os desafios para os quais a CASA-CE deve preparar-se e fazem parte das vossas incumbências directas e concretas. Estamos nas vésperas do fim de ano de 2018 e por isso exorto os recém-empossados a produzirem, nos próximos tempos, a vossa visão de projecções estratégicas e ações concretas para cada um dos vossos pelouros, por formas a iniciar o ano de 2019 com ideias claras e um programa exequível”, apelou.
Para cada área, Abel Chivukuvuku pediu que, antes de dezembro, “produza a sua visão e perspectiva estratégica e ações concretas que pretende desenvolver em 2019”.
Em declarações à imprensa, o líder da coligação angolana disse que a instituição do colégio deverá acontecer apenas depois da conclusão do processo judicial no Tribunal Constitucional, que espera venha a terminar o mais tardar no dia 25, quando terminam os prazos.
“O que demos foi o primeiro passo para a atribuição de responsabilidades acrescidas aos líderes partidários, no âmbito da refundação, que envolve três dimensões”, disse o político, explicando que a primeira foi a realizada hoje – a atribuição de maior responsabilidade aos líderes partidários.
A segunda dimensão, avançou que tem a ver com a revisão institucional e a terceira com o reajustamento de normas, para a alteração, aumento ou diminuição de algumas, permitindo que a CASA-CE volte a ter “vida, harmonia e entendimento”.
Em causa está a pretensão de Abel Chivukuvuku em criar dois partidos políticos – Podemos Juntos por Angola (Podemos JA) e Desenvolvimento Inclusivo de Angola (DIA), cujos processos remeteu ao Tribunal Constitucional, que considerou a pretensão “ilegal”.
Abel Chivukuvuku não descartou a inclusão de novos partidos na coligação com o processo de refundação, que tem apenas como conceito “dar uma nova natureza, mas com os mesmos actores, entendendo que os independentes são a parte motriz da CASA-CE e os partidos são a parte legal da CASA-CE”.
“É preciso encontrar um ‘modus vivendi’ entre estas duas dimensões. O mais importante é que os angolanos tenham confiança, pelo menos eu, Abel Chivukuvuku, estarei presente na luta pelos angolanos, é a minha causa”, sublinhou.
A CASA-CE foi fundada em 2012 e é composta por seis partidos, que nas primeiras eleições em que participou, no mesmo ano da sua criação, elegeu oito dos 220 deputados à Assembleia Nacional, face aos 6% de votos obtidos (345.589), a mesma percentagem conquistada nas presidenciais, em que Chivukuvuku ficou em terceiro lugar.
Nas últimas eleições gerais, realizadas em Agosto de 2017, a CASA-CE aumentou quase para o dobro a sua votação a nível nacional em termos nominais (639.789 votos – 9,5%), duplicando o número de deputados (16), com Abel Chivukuvuku, antigo destacado dirigente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, a manter a terceira posição. (Sapo 24)
por Lusa