Os oito manifestantes detidos no sábado, 25, pela Polícia Nacional no município de Cangandala, na província de Malanje já estão em liberdade.
Eles foram detidos quando exigiam naquela sede municipal, a 28 quilómetros da capital da província, água potável e energia eléctrica.
“O município de Cangandala está no meio de três rios, o Kwanza, que é o maior rio de Angola, rio Cuije e o rio Luando”, lembrou o activista Arismendes Mendonça, para justificar o protesto.
O advogado de defesa dos detidos, entretanto libertos sem culpa formada, Carlos Lucas, disse nesta segunda-feira, 27, ser recorrente a acção dos agentes da Polícia Nacional de violar princípios fundamentais salvaguardados na Constituição da República de Angola.
“Mais uma vez, nós, enquanto advogados, condenamos esta postura dos elementos mais enérgicos, porquanto, todos nós cidadãos, a Polícia ,devemos fazer um esforço no sentido de cumprirmos com aquilo que está plasmado na Constituição e nas leis”, afirmou Lucas, para quem “o mais grave nesta obstrução no exercício dos direitos é o facto do segundo comandante [municipal] da Polícia de Cangandala ter dito a um manifestante, o Arismendes que se fosse de noite, tu és quem mais participa em muitas manifestações, que se fosse de noite verias o que te poderia acontecer”.
O porta-voz da Delegação Provincial do Ministério do Interior, intendente Junqueira António, justificou no domingo, 26, que “a manifestação decorria na normalidade, entretanto havia asseguramento da Polícia Nacional e a dada altura dirigiam-se às instituições que por lei são proibidas. Aconselhados porque eram mais de 30 jovens, oito dos quais entenderam partir para arruaças e defronte a Esquadra Municipal”.
Pelo menos três manifestantes foram feridos durante as detenções, confirmou o activista Hermenegildo Victor, que participava da marcha em que exigia igualmente a exoneração da administradora da municipalidade.