André Mussamo, Ernesto Nhanala e António Nhanga analisam a situação e desafios nos seus países.
No sábado 24, seis profissionais da imprensa em Angola foram detidos quando cobriam uma manifestação que foi abortada pela polícia em Luanda.
Eles viriam a ser libertados na segunda-feira, 26, o que provocou uma forte reacção do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, do MISA-Angola e de vários sectores da sociedade.
O Comité de Protecção de Jornalistas, com sede em Nova Iorque, em comunicado na quarta-feira, 28, pediu à polícia angolana que deixe “acossar e deter jornalistas que estão simplesmente a fazer o seu trabalho e deve permitir-lhes que reportem livremente”.
Na quinta-feira, 29, o Presidente João Lourenço condenou a detenção dos jornalistas e disse esperar que “não volte a acontecer”, sem responsabilizar ninguém.
Na Guiné-Bissau, a 26 de Julho, os estúdios da Rádio Capital FM, parceira da VOA, foram destruídos por desconhecidos e tanto a Ordem dos Jornalistas como o Sindicato de Jornalistas e Trabalhadores da Comunicação Social têm denunciado ameaças à imprensa.
O Comité de Proteção dos Jornalistas disse, a 3 de agosto, em comunicado, que “as repetidas ameaças e ataques directos à Radio Capital FM e seus funcionários enviam uma mensagem assustadora à imprensa da Guiné-Bissau, tanto mais que os agressores recentes usavam uniformes da Guarda Nacional”.
O Presidente Úmaro Sissoco Embaló condenou o ataque e disse esperar que a Polícia Judiciária apure as responsabilidades, através de um inquérito sobre o sucedido, cujas conclusões não são conhecidas.
“Lamento e condeno, sem reservas, o atentado contra a rádio Capital FM, porque estamos num país de democracia, embora a democracia tenha limites”, observou Embaló.
Em Moçambique, apesar de alguma abertura e diversificação de meios, jornalistas têm sido presos, levados aos tribunais, mortos e alguns profissionais continuam desaparecidos, como Ibraimo Mbaruco, cujo paradeiro se desconhece desde Abril.
A 23 de Agosto, a redacção do jornal independente Canal de Moçambique foi queimada, num incêndio cujos autores se desconhecem até hoje.
A Amnistia Internacional exigiu às autoridades moçambicanas “uma investigação imediata, completa, imparcial, independente e transparente a esse ataque” e que leve “os responsáveis da sua autoria à justiça”.
Na altura, a Embaixada dos Estados Unidos em Maputo também condenou o acto e pediu uma investigação urgente.
O Presidente Filipe Nyusi condenou “veementemente” o ataque e ordenou uma investigação, cuja conclusão se desconhece.
“A liberdade de imprensa é um pilar da democracia e conquista dos moçambicanos que deve ser protegida”, escreveu Filipe Nyusi na sua página do Facebook.