O número de mortos num tiroteio hoje durante um protesto em Beirute, Líbano, aumentou para seis, afirmou o ministro do Interior libanês, Bassam Maulaui, referindo que os tiros foram disparados por “um grupo de atiradores”.
Segundo o ministro, o número de feridos também aumentou, ultrapassando agora as três dezenas, com algumas das vítimas em estado grave.
Num discurso transmitido pela televisão, Maulaui explicou que várias pessoas foram baleadas “na cabeça” esta manhã, durante um ataque de “francoatiradores” colocados em telhados da zona de Tayoune, na capital libanesa, tendo confirmado também que foram disparadas granadas através de foguetes.
O tiroteio aconteceu durante uma manifestação organizada pelos movimentos xiitas Hezbollah e Amal para exigir a demissão do juiz encarregado de investigar a explosão no porto de Beirute.
A situação, cujas imagens divulgadas nas televisões e redes sociais lembravam um cenário de guerra, com tiros disparados, pessoas a fugir e sirenes de ambulâncias, levou o exército a intervir, isolando “a área e os seus acessos” e informando estar à procura “das pessoas que dispararam os tiros para as deter”.
A manifestação ocorreu no mesmo local onde os familiares das vítimas da explosão no porto de Beirute se reúnem regularmente para exigir que a investigação seja concluída.
O protesto aconteceu depois de um tribunal ter rejeitado as exigências de dois ex-ministros para que o juiz Tarek Bitar fosse afastado, o que permite ao magistrado retomar as investigações.
Bitar foi forçado na terça-feira a suspender a investigação após as reclamações dos membros dos movimentos xiitas, desencadeando a crise mais séria do novo Governo libanês, que entrou em funções há um mês.
O Hezbollah e o movimento Amal convocaram a manifestação para exigir a substituição do juiz Tareq Bitar, que está determinado a questionar vários políticos de todos os quadrantes, incluindo os dois ex-ministros do Amal.
A investigação em causa, que já dura há 14 meses, foi iniciada para determinar os responsáveis pela explosão que aconteceu a 04 de agosto de 2020 no porto de Beirute e que provocou 214 mortos, mais de 6.500 feridos e a destruição de vários bairros da cidade.
A explosão foi causada pelo armazenamento sem segurança de uma enorme quantidade de nitrato de amónio.