Os habituais lançamentos de fogo de artifício, festas de revellion, espectáculos de música e dança, na passagem de ano, estão proibidos, informou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado para a Saúde Pública.
No habitual encontro com jornalistas, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), sobre a evolução da pandemia no país, Franco Mufinda disse que a Comissão Multissectorial de Combate à Covid-19 apela à população para não realizar qualquer festa durante a passagem de ano.
O secretário de Estado disse que “não se deve criar um ambiente propício à disseminaçãodo vírus”, numa altura que a África do Sul se depara com uma variante mais violenta do que o Sars-Cov-2 e que afecta sobretudo os jovens.
Mais do que festejar, frisou Franco Mufinda, “devemos aproveitar a transição para agradecer a Deus” por termos chegado ao último dia de 2020, um ano carregado de grandes sacrifícios à população.
Franco Mufinda referiu que o surgimento da nova variante do vírus Sars-Cov-2, na África do Sul, está a criar exaustão no sistema de saúde pública e a morte de muitos.
“Apelamos à consciência de todos para repensar sobre a transição de ano. A nova variante é mais violenta e afecta sobretudo os jovens, causando morte em poucos dias”, referiu.
O secretário de Estado recordou que a população angolana é, maioritariamente, jovem, por isso, a Comissão Multissectorial de Combate à Covid-19 faz o apelo para a não realização de festas de transição de ano.
“Vamos poupar as nossas vidas e as famílias, evitando luto e dor. Teremos mais oportunidades para festejar o final de ano”, afirmou Franco Mufinda.
Angola regista 306 recuperados e nenhum óbito
Em relação à situação epidemiológica, o secretário de Estado informou que Angola recuperou, nas últimas 24 horas, 306 pacientes e registou 75 novas infecções por Covid-19, num dia em que não houve óbito.
Dos recuperados, referiu, 294 foram em Luanda e 12 na província da Lunda-Norte. Relativamente às novas infecções, Franco Mufinda esclareceu que dos novos casos, 25 foram registados no Cuanza-Sul, 22 em Luanda, oito em Cabinda, igual número no Zaire, cinco no Uíge, três na Lunda-Sul e dois nas províncias de Malanje e Moxico.
Os infectados têm idades entre 3 meses e 66 anos, sendo 44 do sexo masculino e 31 do sexo feminino. Na capital do país, os casos foram notificados nos municípios de Belas, Cazenga, Kilamba Kiaxi, Viana, Talatona e nos distritos urbanos do Rangel, Maianga, Ingombota e Samba.
Com estes dados, o país soma 17.371 casos confirmados, dos quais 403 óbitos, 10.627 recuperados e 6.341 activos. Dos casos activos, três estão em estado crítico a receber tratamento por ventilação mecânica invasiva, seis em situação grave, 71 são considerados moderados, 91 têm sintomas leves e 6.170 são assintomáticos.
Franco Mufinda informou que nos centros de tratamento da Covid-19, a nível do país, estão internados 171 doentes. Em quarentena institucional estão 255 cidadãos e 4.031 sob investigação epidemiológica.
Nas últimas 24 horas, duas pessoas que estavam em quarentena institucional tiveram alta, ambas na província do Cuando Cubango. O Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) registou 60 chamadas, todas relacionadas a pedidos de informação sobre a Covid-19.
O Laboratório de Biologia Molecular processou, ontem, 2.864 amostras, das quais 75 foram positivas. Desde o início da pandemia, em Março, foram processadas 307.348 amostras, 17.296 das quais obtiveram resultado positivo
Em relação à testagem rápida serológica nas entradas e saídas da província de Luanda, o secretário de Estado informou que nas últimas 24 horas foram testadas 668 pessoas. Deste número, referiu, 58 foram reactivas.
O secretário de Estado voltou a apelar aos cidadãos para o cumprimento rigoroso das medidas de biossegurança, nomeadamente o uso correcto da máscara facial, lavagem frequente das mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool em gel e o distanciamento físico.