A moeda nacional já depreciou 17,4 % face ao dólar e 21,4% face ao euro desde o início do ano, influenciado pela menor disponibilidade de divisas no mercado cambial, afectando assim o diferencial entre as taxas de câmbio oficial e o informal das principais moedas, com o dólar a valer AKz 770 e o euro a bater nos 880,5 kwanzas nas ruas.
De acordo com as taxas apuradas ao final da tarde de quarta-feira e que estão disponíveis no site do Banco Nacional de Angola (BNA), comprar um dólar nos bancos custava 584,02 kwanzas, quando no início de Janeiro era 482,227 kwanzas. Já o Euro, era vendido no mercado oficial por 687,1, AKz, quando no início do ano só era 539,78 kwanzas.
A justificar a queda no kwanza está a redução dos recursos em moeda estrangeira, provocada pela queda na receita de exportação do petróleo, principal fonte de receita do país.
De acordo com informações publicadas pelo Jornal Expansão na sua edição de 08 de Agosto, o mesmo sucede com Euro. Quando o oficial despacha a moeda nos 687,1 kwanzas, as ruas de Luanda estão a vender um euro nos 880, 5 AKz, representando um diferencial de 28, 1 % comparativamente às taxas praticadas pelo mercado oficial de moeda estrangeira.
Estas alterações do mercado cambial foram justificada pelo regulador, em resposta recente ao Expansão, com a flexibilização do mercado. Segundo o BNA, o regime cambial flexível tem vantagem de permitir ao próprio corrigir as distorções. “ Deste modo, a política cambial continuará o seu curso tendo presente os objectivos definidos no programa do Executivo”, defende o banco central.
Entretanto, o próprio banco central garantiu ao Expansão que tem poder para intervir no mercado nos casos de o curso da moeda se mostrar insustentável. “O BNA tem poder de intervir no mercado cambial para inverter o curso da moeda, caso este se revele insustentável. Pode fazer isso através da injecção de mais liquidez em moeda estrangeira (aumento da oferta) ou via política monetária mais restritiva, tendo sempre presente o seu objectivo principal que consiste na estabilização de preços na economia”, garantiu o banco.