A junta militar na Guiné concordou em devolver o poder aos civis em dois anos, reduzindo sua intenção inicial de dirigir o país por três anos, diante da ameaça de sanções iminentes, informou seu líder Mamady Doumbouya nesta sexta-feira (21).
O militar, autor de um golpe contra o presidente civil Alpha Condé em setembro de 2021, comunicou por escrito o novo compromisso à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que havia ameaçado impor “sanções mais severas”.
“Em um compromisso dinâmico, os especialistas da Cedeao e da Guiné desenvolveram em conjunto um cronograma de transição consolidado ao longo de 24 meses”, diz o documento, enviado à AFP.
Doumbouya, que tomou posse como presidente após o golpe, especificou posteriormente que o calendário começará a contar em 1º de janeiro de 2023.
O cronograma deve ser apresentado na próxima reunião de cúpula da Cedeao “para a sua aprovação, a fim de colocá-lo em prática”, diz o documento da organização regional, que tem um encontro extraordinário agendado para antes do fim do ano.
O compromisso coincide com um clima de confronto entre a junta e a oposição da Guiné, com quatro civis mortos desde ontem em manifestações por um governo civil no país.