Mulher teve bebé morta durante formação e andou com cadáver no carro dez dias. Absolvida de homicídio, contestou despedimento.
O caso chocou o país em 2012. Uma militar da Força Aérea, da Maia, ocultou a gravidez e escondeu o cadáver da bebé recém-nascida durante dez dias, na gaveta da camarata e no carro. Foi despedida e recorreu, exigindo ser reintegrada, mas o Tribunal Central Administrativo do Norte (TCAN) deu agora razão à Força Aérea, apesar de, no julgamento do crime, ter ficado provado que a morte da recém-nascida não resultou da omissão da gravidez e da falta de assistência médica durante a mesma e no parto.
A. K., na altura com 26 anos, frequentava um estágio de formação profissional do curso de sargentos que decorreu em três unidades militares – Montijo, Açores e Campo de Tiro de Alcochete. Durante este tempo esteve grávida e, mesmo depois de ser questionada por colegas e superiores sobre as mudanças que se tornaram evidentes no seu corpo, sempre negou, para não prejudicar a carreira. Justificava que tinha um problema de saúde e que já estava a ser acompanhada por médicos.