O autor do “Ensaboado & Enxaguado” publicou, na semana passada, o seu quarto livro, “Poemas da Alma”. Para o escritor, é importante a continuidade da actividade cultural, pois ela gera riqueza. Ao Expansão, revelou que não há resultados palpáveis em relação ao combate à corrupção.
Recentemente publicou o seu primeiro livro de poemas. O que sai da sua alma que está narrado no livro?
A minha experiência de vida, a minha personalidade, experiências alheias. Tenho observado o mundo à minha volta, falo com pessoas, então, tudo aquilo que está relacionado com sentimento, com amor, com a beleza, com a estética, com elegância, com honestidade e outros valores importantes escrevo quando estou inspirado.
O que o motivou a mudar o género literário?
Sempre escrevi poesia, mas para ter um livro é preciso reunir um determinado número de poemas. Fui escrevendo durante esses anos todos e consegui reunir o suficiente. Destes seleccionei 40 poemas que são publicados nesta obra.
Quanto tempo levou a escrever o livro?
Escrevi em dois anos, porque os poemas precisam ser melhorados. Para além de escritor, também sou professor e preocupo-me com as questões académicas. Os poemas têm aspectos caracterizantes que os distinguem de outros textos literários.
Que avaliação faz da literatura nacional?
A literatura é boa. A nossa literatura está dividida entre os clássicos, da época do nacionalismo, os da época intermédia e temos os da era moderna. Que olhar tem sobre o plágio que se tem registado nos últimos concursos de literatura? O plágio é um aproveitamento e abuso da criatividade alheia.
E criar não é muito fácil. O que aconselho às pessoas é pedirem o consentimento aos autores ou têm de se esforçar em produzir as suas próprias obras, em ter a sua própria essência. O retirar os prémios dos plagiadores tem um impacto negativo para a literatura, porque as pessoas avaliam muito mal e, do ponto de vista internacional, vão pensar que não temos qualidade literária.
Os gatunos da literatura são pessoas muito prejudiciais e devemos combatê-los. Acho que a sociedade deve reagir veementemente para que se deixe essas práticas. Porque somos capazes de criar. Num passado recente alegava-se a insuficiência de obras nacionais devido ao valor cobrado para a sua edição.
Com o número crescente de obras publicadas, Podemos considerar que os preços baixaram?
Não, os preços não baixaram, até estão mais caros. Alguns têm a sorte de encontrar patrocinadores e outros vão economizando dinheiro. Porque há pessoas que não sonham tanto com o lucro, e que ficam satisfeitos por lançarem uma obra.
Quem investe nos livros tem retorno desse investimento?
É impossível haver retorno no investimento, porque a edição do livro é caro e depois demora-se muito a vender. Portanto, é muito difícil os autores contarem com o lucro das vendas dos livros para voltarem a produzir. E há vendedores ou livreiros que não são fiéis e não honram com os compromissos.