Jorge Mendes Manuel acusa a polícia de disparar contra tudo e todos à queima-roupa em Cacuaco
O jornalista da Rádio Despertar, Jorge Mendes Manuel, detido na passada quarta-feira, 7, já está em liberdade com termo de identidade e residência.
Ele foi detido no Cacuaco, arredores de Luanda, quando as autoridades preparavam-se para fazer demolições de casas na zona do Sequele.
Como a VOA informou ontem, o director interino da Rádio Despertar, Queiroz Siluvia, disse que o jornalista foi detido enquanto cobria a demolição das casas, mas o porta-voz da Polícia Nacional (PN), Nestor Goubel, assegurou que em nenhum momento ele se identificou como tal e foi considerado invasor de terras.
Em entrevista à VOA nesta terça-feira, 12, Jorge Manuel, nega a versão apresentada pela PN.
“Uma coisa é estar identificado, outra é não estar, eu estava identificado e as forças quando chegaram começaram a fazer disparos a tudo e a todos, não houve tempo para se identificar”, diz o jornalista que acusa as forças de defesa e segurança de fazerem disparos e espancarem muitos populares no momento das detenções.
“Eles no local espancaram muitos populares e fizem muitos tiros à queima-roupa”, reitera Jorge Manuel que voltará a ser ouvido pelo tribunal na segunda-feira, 19.
Recorde-se que o porta-voz da PN, Nestor Goubel, disse que “em nenhum momento ele identificou-se como jornalista e no dia em que as autoridades estavam a destruir as cubatas, ele fez parte do grupo de jovens que criou barricadas na zona em que estavam a partir as casas”.