Estados Unidos juntam-se assim a Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Suécia, entre outros países ocidentais que garantiram que não se vão opor à utilização de armamento ocidental contra território pertencente à República Federal Russa. No total, mais de uma dezena de países já deram o seu aval
O presidente dos Estados Unidos vai dar autorização à Ucrânia para utilizar o armamento norte-americano contra alvos militares em território russo.
De acordo com fonte oficial norte-americana, citada pelo jornal Politico, a luz verde limita-se a alvos nas imediações de Kharkiv. “O presidente deu recentemente instruções à sua equipa para garantir que a Ucrânia possa utilizar armas americanas para fins de contrataque em Kharkiv, para que a Ucrânia possa responder às forças russas que a atingem ou se preparam para a atingir”, disse, acrescentando que a política de não permitir ataques de longo alcance dentro da Rússia “não mudou”.
O jornal norte-americano destaca ainda o secretismo em torno da decisão inesperada, depois de na terça-feira o Secretário de Estado dos Estados Unidos ter anunciado publicamente que a “Casa Branca desencorajava e não autorizava” o uso de armamento ocidental e norte-americano contra solo russo. Para além disso, a fonte norte-americana acrescenta que Kiev só pediu aos EUA que alterassem a política após o início da ofensiva russa sobre Kharkiv.
Os Estados Unidos mantinham-se intransigentes em dar luz verde à Ucrânia, mesmo depois de a lista favorável já contar com mais de dez países: além dos já referidos, Polónia, Chéquia, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Lituânia e Canadá também não se opõem à utilização de armamento doado contra alvos militares no interior da Federação Russa.
O volte-face norte-americano não foi algo novo, tal como lembrou o major-general Agostinho Costa na quarta-feira, já tinha acontecido no caso dos Leopard e dos F-16.
O analista militar major-general garante, no entanto, que a possibilidade de um ataque nuclear russo não está em equação, no máximo, diz, perante a luz verde europeia, Moscovo vai enviar “ingleses, franceses ou alemães [que estejam na Ucrânia] em sacos de plástico para os países de origem”.
“Stoltenberg é uma caixa de ressonância norte-americana que lê o guião que lhe colocam à frente e não é escrito em Bruxelas, é feito em Washington”, garante, assegurando que “se a Casa Branca diz que não, é por que se está a passar o mesmo que aconteceu com os Abrams ou com os F-16: não, não, não e depois enviaram o armamento”, previa Agostinho Costa.