O Presidente angolano inicia na quinta-feira, 21, uma visita à província de Cabinda, que estava prevista para acontecer em Agosto de 2021.
Cabinda vive nos últimos dias um ritmo frenético de construção de obras públicas, destacando-se a edificação de passeios nas principais avenidas da cidade.
João Lourenço tem agendado um encontro com várias entidades, nomeadamente religiosas, tradicionais e da sociedade civil, com o destaque para o aguardado encontro com o Bispo de Cabinda, Dom Belmiro Chissengueti, conhecido por ser crítico ao regime.
O sacerdote é apontado como tendo sido censurado pelo regime por ter usado uma parábola para minimizar a inteligência do Chefe de Estado.
Num áudio amplamente divulgado nas redes sociais, Dom Belmiro referiu-se que “a cabeça do pobre é a nossa mesma, estamos mal, você não tem emprego para os próprios filhos e filhas, mas fica a chamar assessores de todas as partes.”
“Quando a sua cabeça só tem 140 kilobytes não vale a pena ser dirigente”, referiu o bispo do enclave que deve ser recebido, em princípio, na quinta-feira, no Palácio do Governo.
Durante a sua visita que se presume de três dias a Cabinda, João Lourenço vai inaugurar dois catamarãs que ligarão Cabinda ao Soyo, província do Zaire, e a estação de tratamento de águas de Sassa-zau.
A deslocação do chefe do Estado à província contempla para sábado uma actividade política-partidária de massas no Estádio Municipal do Tafe.
Lourenço visita Cabinda num momento em que o movimento separatista FLEC tem reivindicado vários ataques no norte da província.
Em algumas zonas da cidade de Cabinda, segundo um documento tornado público pela administração municipal de Cabinda a que a VOA teve acesso foi interdita a circulação de pessoas e foi igualmente encerrada toda a actividade comercial durante a visita de Joºao Lourenço.