O presidente do MPLA, João Lourenço, foi o primeiro militante do partido no poder em Angola a formalizar a sua candidatura à liderança do partido, visando o congresso ordinário dos “camaradas”, marcado para Dezembro próximo, foi hoje anunciado.
A informação foi avançada por Luísa Damião, coordenadora da subcomissão de candidaturas da Comissão Nacional Preparatória do 8.º Congresso Ordinário do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que se realiza de 09 a 11 de Dezembro.
Segundo Luísa Damião, que recebeu hoje 21.750 assinaturas subscritas por apoiantes de João Lourenço a nível das 18 províncias angolanas, a apresentação de candidaturas aos órgãos singulares, no âmbito do conclave do partido tem mobilizado os militantes do MPLA.
“Hoje, 27 de outubro procedemos à receção da primeira candidatura ao cargo de presidente do MPLA. Trata-se da candidatura do militante João Lourenço, aqui representado pelo seu mandatário o camarada Pedro de Morais Neto”, disse Luísa Damião, no âmbito de uma cerimónia que decorreu na sede nacional do partido, em Luanda.
A subcomissão de candidaturas ao 8.º Congresso Ordinário do MPLA, referiu a também vice-presidente do partido, está “aberta à receção de outras candidaturas”.
“E, obviamente, procederá à competente análise dos processos que forem sendo entregues pelos candidatos para aferir se os mesmos estão em conformidade com os estatutos e o regulamento eleitoral”, notou.
Pelo menos 21.750 assinaturas, que subscrevem a candidatura de João Lourenço, atual Presidente da República de Angola, eleito em 2017, distribuídas em 196 pastas, foram entregues à subcomissão de candidaturas do congresso eletivo de dezembro.
Pedro de Morais Neto, mandatário de João Lourenço, disse que as assinaturas foram recolhidas num período recorde de sete dias, admitindo que o trabalho foi árduo e que os números apresentados ultrapassaram as exigências.
“Foi um trabalho muito aturado, é verdade que ultrapassamos as exigências, uma vez que restavam 100 assinaturas por províncias, mas isto prova bem o trabalho que foi desenvolvido para recolher as subscrições a favor da candidatura do nosso candidato”, sublinhou.
O político do MPLA e mandatário da candidatura de João Lourenço manifestou-se igualmente “confiante e tranquilo” num resultado positivo para o seu candidato, considerando que este “reúne condições mais do que suficiente para merecer o caucionamento de todos os militantes do MPLA“.
“De qualquer modo estamos em democracia, não podemos vaticinar um resultado positivo, mas tenho quase a certeza de que as subscrições falam por si, nós recolhemos um número muito grande de subscrições, acredito que também no processo de eleição tem que ser o mesmo”, argumentou.
O processo de apresentação de candidaturas, no âmbito deste congresso, teve início no dia 20 deste mês e decorre até 05 de novembro e a verificação da conformidade das mesmas decorre até 06 de novembro.
Cada candidatura deve ser suportada por 2.000 assinaturas, oriundas de 100 militantes inscritos em cada uma das 18 províncias angolanas.
António Venâncio, militante do MPLA há 48 anos, foi o primeiro a anunciar a sua candidatura à liderança do partido no poder em Angola no próximo congresso, ambicionando uma instituição mais “prestigiada” e democrática, não tendo ainda formalizado tal pretensão.
Em declarações à Lusa, o engenheiro e atual coordenador do grupo técnico para as questões de engenharia MPLA assinalou que o partido está em condições de liderar a democratização do país.
Luísa Damião deu conta igualmente, depois da subcomissão de candidaturas verificar todos os processos submetidos, que em 08 de novembro o órgão “estará em condições de notificar os candidatos e tornará público os resultados sobre a validade ou nulidade das candidaturas”.