O republicano conservador Jim Jordan deve levar sua tentativa de se tornar o presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos para o plenário nesta semana, na esperança de eliminar a oposição de dezenas de pessoas dentro de seu próprio partido, aplicando pressão em uma série de votações públicas.
A guerra civil política que tem consumido os republicanos da Câmara desde a deposição do ex-líder Kevin McCarthy, em 3 de outubro, já consumiu duas semanas que o Congresso poderia ter usado elaborando uma legislação para financiar agências federais antes do prazo final de 17 de novembro e ajudando os esforços de guerra dos aliados dos EUA, Israel e Ucrânia.
Com mais de 50 republicanos se opondo a Jordan, a demonstração de disfunção se destaca por ser impulsionada por lutas internas republicanas, em vez das disputas partidárias mais habituais do Congresso.
Espera-se que os republicanos da Câmara se reúnam a portas fechadas nesta segunda-feira e planejem uma votação em plenário para a escolha do presidente às 13h, horário de Brasília, na terça-feira.
“Queremos ir ao plenário o mais rápido possível”, disse Jordan aos repórteres após se tornar o segundo indicado pelo seu partido em poucos dias na semana passada.
Porém, como os republicanos moderados já estão conversando com os democratas sobre uma alternativa bipartidária, a próxima semana pode reservar algumas surpresas, principalmente para os conservadores mais radicais que destituíram McCarthy do cargo mais alto da Casa.
“Quando voltarmos a Washington… é importante começar a formalizar essas discussões”, disse o líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, ao programa “Meet the Press”, da NBC, no domingo.
Até mesmo os apoiadores de Jordan reconhecem a possibilidade de os democratas ajudarem a eleger um candidato alternativo se os republicanos não conseguirem chegar a um acordo sobre um líder entre eles.
“Eu preferiria que houvesse uma solução republicana”, disse o deputado Mike Turner, que apoia Jordan, ao programa “Face the Nation”, da CBS
“Se houver necessidade, se o radical punhado de pessoas do lado republicano não nos permitir voltar ao trabalho geral na Câmara, então acho que obviamente um acordo terá que ser feito”, disse Turner.
Jordan precisa de 217 votos republicanos para ser eleito presidente da Câmara em detrimento da oposição democrata, o que significa que ele pode se dar ao luxo de perder não mais do que quatro votos de uma pequena maioria republicana de 221 a 212 assentos na Câmara.
Mas 55 republicanos se opuseram ao republicano de Ohio em uma votação secreta na sexta-feira, alguns deles com hostilidade depois que Steve Scalise foi forçado a se retirar da disputa para presidente da Câmara um dia depois de ser escolhido como o primeiro indicado do partido, devido à oposição dos apoiadores de Jordan.