O governo italiano aprovou nesta quarta-feira (13) um pacote de medidas para revitalizar a economia diante da crise desencadeada pelo coronavírus, que inclui a regularização de milhares de imigrantes que trabalham no campo e no serviço doméstico.
O pacote foi apresentado pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, e por ministros interessados, incluindo da Economia, da Saúde e da Agricultura, e tem como objectivo acabar com o trabalho ilegal e impedir a exploração de diaristas no campo.
“Queremos garantir assistência médica a esses trabalhadores diante de uma emergência de saúde”, explicou Conte.
“A partir de hoje o invisível será menos invisível”, garantiu a ministra da Agricultura, Teresa Bellanova, com a voz embargada.
Devido à crise desencadeada no sector pelo coronavírus, foi aberto um debate na Itália sobre a proposta de regularização de cerca de 400.000 imigrantes ilegais, uma força de trabalho considerada essencial para reactivar a economia paralisada pelo confinamento total por mais de dois meses do país.
A proposta, lançada pelo ministro, foi totalmente rejeitada pela Liga de extrema direita e xenofóbica de Matteo Salvini, enquanto a principal união agrícola do sector de Coldiretti é favorável.
O acordo prevê uma permissão de trabalho temporário de seis meses para aqueles que trabalham regularmente nos sectores agrícola e doméstico e que não cometeram crimes nos últimos cinco anos.
Cerca de 350.000 estrangeiros trabalham temporariamente a cada ano no sector agrícola italiano.
Os beneficiários devem demonstrar que estão na Itália desde 8 de Março e trabalham no campo ou no sector doméstico desde 31 de Outubro de 2019.