Os migrantes cujos pedidos de asilo sejam rejeitados em Itália terão de pagar uma caução de 5 mil euros ou serão enviados para centros de detenção enquanto os seus recursos são analisados, prevê um decreto publicado esta sexta-feira no jornal oficial.
O diploma impõe o pagamento de uma garantia financeira de precisamente 4.938 euros – a que o diário de esquerda La Repubblica chamou “resgate” – destinada a cobrir as despesas de alojamento e subsistência de uma pessoa durante um mês, bem como os custos da sua deportação em caso de rejeição definitiva do pedido de asilo.
O depósito será exigido às pessoas que tenham tentado escapar aos controlos fronteiriços, bem como às procedentes de países considerados “seguros” que, em princípio, não são elegíveis para asilo.
Se o requerente “desaparecer indevidamente”, a caução por ele paga será debitada, especifica o texto.
A medida foi duramente criticada pela esquerda, na oposição no país.
“Uma garantia bancária a pagar pelos migrantes, se não se afogarem no Mediterrâneo”, comentou na rede social X (antigo Twitter) o presidente da câmara de Bérgamo (norte), Giorgi Gori (Partido Democrata, esquerda), recordando que a Itália da emigração assistiu à partida de “24 milhões de migrantes para o mundo inteiro”.