Depois do desaparecimento político da coligação Azul Branca, a vitória do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não estava em causa. Mas conseguir um bloco de 61 deputados é uma tarefa bem mais difícil, que só conseguirá com o recurso à extrema-direita.
Com a vitória do atual primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. e do seu partido, o Likud, a não merecer qualquer dúvida nas eleições que decorreram esta terça-feira, a única dúvida é saber-se se o próximo primeiro-ministro conseguirá ou não agregar em seu torno um bloco de apoio suficiente para atingir os 61 lugares que lhe darão a maioria no Knesset, o Parlamento do Estado hebraico.
Todas as projeções apontam para a forte possibilidade de isso vir a acontecer: os canais televisivos israelitas dizem, nas sondagens realizadas à boca das urnas, que o Likud conseguirá 31 lugares, a que poderá somar as votações dos partidos religiosos, mais os sete prováveis lugares da extrema-direita do partido Yamina, o que somará a ‘mágica’ soma de 61 lugares.
Resta saber de que forma este bloco poderá ter forma: se em regime de coligação, se unicamente com o apoio parlamentar. Para todos os efeitos, Netanyahu já governou das duas formas, sem que os resultados tenham sido estáveis.
Os resultados finais só serão conhecidos, na melhor das hipóteses, no final da semana – dado que as contagens vão ser mais lentas por causa da pandemia.
Destaque merece também a coligação Azul e Branca, de Benjamin Gantz, que praticamente desapareceu do espectro político israelita – depois de ter feito parte, com Netanyahu, do governo que esteve à frente do país até esta semana. O facto de não ter conseguido uma ação eficaz no poder, ao contrário do que conseguiu enquanto era líder da oposição, fez com que o partido ficasse muito mal posicionado. Está no grupo de dez partidos cujos resultados oscilarão, segundo as mesmas sondagens, entre os oito e os cinco lugares.
A pulverização dos resultados é, assim, uma realidade – o que de algum modo vai facilitar a existência do próximo governo, uma vez que implica dificuldades para quem quiser liderar a oposição.
As urnas encerraram com uma votação que não chegou à fasquia dos 70%, ao contrário das eleições anteriores – o que parece demonstrar, para além da questão da pandemia, que os israelitas estão cansados de, em dois anos, serem chamados às urnas pela quarta vez.
A campanha foi condicionada pela pandemia de Covid-19, e feita sobretudo por videoconferência e nas redes sociais, dominada pela campanha de vacinação contra o novo Coronavírus e pela competição entre os grupos a favor e contra Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro cessante.