A empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, está a ser acusada em Portugal, de arquitetar os ataques informáticos ocorridos recentemente em alguns órgãos de comunicação social de Lisboa. A acusação que é atribuída aos serviços secretos é confirmada pela Embaixada angolana em Lisboa.
A secreta, de acordo com a acusação, caracteriza os supostos ataques como uma tentativa de vingança da empresária angolana contra as empresas portuguesas de comunicação que a tentam destruir, com as recorrentes notícias sobre os processos judiciais que a envolvem, quer em Angola como em Portugal.
A informação vem expressa como a principal manchete do semanário “Tal & Qual”, que volta às bancas depois de um longo período desaparecido do público português que habituou com matérias de “investigação, dura e pura” tal como descreve uma nota do sector de Imprensa da Embaixada angolana em Portugal, sobre o assunto, a que o Correio da Kianda teve acesso, com a data de 03 de março de 2022.
O ataque informático, de acordo com aquela publicação, é realizado pela empresa Black Cube, formada por ex-membros dos serviços de segurança de Israel com a qual a Engenheira Isabel dos Santos terá estabelecido uma relação profissional de trabalho, directa ou através da Lapusu Group, contratada para trabalhos menores, avança ainda o documento que temos vindo a citar.
Entre as empresas citadas pelo jornal “Tal & Qual”, estão o grupo Cofina, proprietária da CMTV, Correio da Manhã e Jornal Negócios, e à empresa Impresa, dona da SIC e do Expresso.
“O ataque informático (à) Impresa e à cofina – segundo analistas do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), concretizado por `hackers´ do Laupu & Group a mando da Black Cube – é um ato de vingança contra os grupos proprietários do `Expresso, do ´Correio da Manhã` e da ´Sábado`, os títulos de Imprensa que mais atenção têm dado aos processos judiciais contra Isabel dos Santos em Portugal”, lê-se na matéria de duas páginas do semanário “Tal & Qual”, intitulado “a vingança de Isabel dos Santos”.
Na matéria, que entretanto não identifica uma fonte concreta, pode ainda ler-se que a empresária angolana contratou a Black Cube, uma agência privada israelita de espionagem sedeada em Tel Aviv, e com escritórios em Londres e Madrid, que terá conseguido gravar em segredo, conversas de altas figuras da política angolana com objectivo de provar que a suposta perseguição de que é vitima é liderada pelo actual presidente da República, João Lourenço.
O ataque informático que a Sonangol sofreu em 2018, um ano após a exoneração da empresária do Cargo de PCA da petrolífera estatal angolana, é também atribuído, pela publicação, à Black Cube a mando da empresária, que entretanto não terá sido capaz de destruir toda a informação que comprometia Isabel dos Santos, pelo facto de na altura alguns desses documentos terem já estado em mãos do Consórcio Internacional de Jornalistas, que os viria a divulgar algum tempo depois no conhecido ´Luanda Leaks`.