sabel dos Santos deu uma entrevista à rádio privada angolana “Essencial” onde falou do percurso profissional, da passagem pela Sonangol, do processo judicial que pesa sobre si e do papel da justiça portuguesa no arresto dos seus bens. Isabel dos Santos tem contas e ativos arrestados em vários países na sequência de processos judiciais que correm em Angola e noutras jurisdições.
A empresária, de 50 anos, desvalorizou o programa de combate à corrupção levado a cabo pelo Estado angolano, considerando o processo selectivo por ter, alegadamente, a finalidade de atingir a família dos Santos. A filha do ex-Presidente de angolano, reagiu aos crimes de que é acusada no processo relacionado com a gestão da Sonangol, explicando, ainda, que informou João Lourenço, enquanto candidato do MPLA a Presidente da República, sobre as irregularidades encontradas na petrolífera.
“Este combate à corrupção é uma farsa, uma fachada e é uma perseguição política. Essa é parte de uma campanha política. Se houve um interesse real em combater a corrupção, eu pessoalmente, na qualidade da Sonangol com os consultores fomos à sede do MPLA. Reunimos com o, ainda candidato a Presidente da República, o general João Lourenço, e o senhor vice-presidente do MPLA: Estão aqui as situações das regularidades que encontrei na Sonangol”, esclareceu a empresária.
Isabel dos Santos acrescentou que quando liderou a Sonangol o seu salário era apenas de 50 mil dólares por mês, um valor muito inferior dos antigos presidentes da Sonangol, Manuel Vicente, e Francisco de Lemos, que tinham um salário de 200 mil dólares mensais.
“Quando cheguei à Sonangol, cada viagem do o PCA Francisco Lemos e o engenheiro Manuel Vicente a Portugal eram quatro meses do meu salário”, disse.
A filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos acusa, também, a justiça portuguesa de cumprir agenda das autoridades angolanas, referindo- se ao arresto e à nacionalização dos bens naqueles pais lusófono.
“(…) Tudo que a justiça portuguesa está a fazer, faz a mando das autoridades angolanas. Ou seja, a justiça portuguesa tem colocado por escrito, em todas as decisões que tem tomado que essas decisões provêm da justiça portuguesa, mas são decisões que vêm das autoridades angolanas e elas apenas limitam-se a cumprir”, concluiu Isabel dos Santos.
Por Francisco Paulo